Pesquisa compara incidência da tuberculose com as desigualdades sociais em Manaus

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As desigualdades sociais também podem incidir nas doenças. E, com esse propósito, o estudante de Biomedicina da Faculdade Estácio, Hermon Souza Mendes, começou a analisar o impacto dessas desigualdades na incidência da tuberculose em Manaus.

A pesquisa é feita com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Apoio à Iniciação Científica (Paic) e sob a orientação do biólogo da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), Daniel Barros de Castro.

Além de contribuir com informações para elaboração de ações estratégicas de controle e monitoramento da tuberculose, a pesquisa deve descrever a dinâmica de transmissão da doença na capital. Segundo Daniel, no estudo serão analisados dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de 2008 a 2014.

Segundo o orientador do estudo, a desigualdade social acontece quando a doença ocorre de maneira mais intensa em um grupo populacional do que em outro. Por exemplo, se a doença afeta mais uma população social menos favorecida e afeta menos grupos sociais melhores favorecidos tanto em termos de renda como de educação.

O doutorando em epidemiologia pela Fundação Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro (Fiocruz-RJ), explica que em determinadas situações, a desigualdade social já é esperada, como é o caso de pessoas com idade avançada. Esse público geralmente teve mais contato com pessoas doentes e reúne outras doenças que favorecem o desenvolvimento da tuberculose. Ele conta ainda que há casos de desigualdade intitulada “injusta”, composta por fatores relacionados ao modo de vida social do indivíduo.

“Há outras desigualdades, como por exemplo, o fato da tuberculose afetar mais pessoas pobres ou desnutridas, e também da incidência ser diferente em grupos étnicos. Consideramos esses tipos desigualdade da incidência da doença uma desigualdade injusta.

O objetivo do trabalho é descrever como que está ocorrendo a doença em Manaus e identificar as possíveis ocorrências de desigualdade injusta, as iniquidades sociais da doença”, disse  Barros. A partir dos dados coletados no Sinan e censos do IBGE, o grupo de pesquisa poderá calcular a incidência da doença nos diferentes grupos populacionais da capital amazonense determinados por categoria de gênero, raça, ano de escolaridade. A partir desse raciocínio será possível detectar possíveis diferenças na incidência da tuberculose.

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