Pesquisa americana revela que gestantes que ficam gripadas, poder ter filhos bipolares

30/05/13 – Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos indica que gripes durante a gravidez podem aumentar o risco de a criança desenvolver transtornos bipolares ao longo da vida. O estudo realizado com 814 mulheres grávidas e publicado na revista especializada ‘Jama Psychiatry’ afirma que infecções contraídas durante a gestação podem fazer com que a criança tenha quatro vezes mais chances de ser bipolar.

Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Columbia identificaram uma ligação entre tipos de infecções, frequentemente diagnosticadas até a faixa etária dos 20 anos, e experiências vividas ainda no útero.

Os cientistas envolvidos com a pesquisa da universidade alertam que os riscos permanecem baixos, mas o estudo, no entanto, se assemelha a descobertas semelhantes que ligam a gripe a uma maior incidência de esquizofrenia.

Bipolaridade

A bipolaridade leva a intensas mudanças no humor de uma pessoa, que podem durar meses, fazendo com que o distúrbio nos pacientes vá da depressão e desespero a sensações de euforia, hiperatividade e perda de inibições.

A pesquisa realizada entre pessoas nascidas no início dos anos 1960 mostrou que transtornos bipolares são quatro vezes mais comuns entre pessoas cujas mães ficaram gripadas durante a gravidez.

A bipolaridade afeta uma em cada cem pessoas. O pesquisador-sênior envolvido com o experimento, Alan Brown, estima que as mães que ficam gripadas durante a gravidez têm uma chance de 3% a 4% de terem filhos que apresentarão transtornos bipolares.

Segundo os cientistas, no entanto, na maioria dos casos de pessoas que apresentam bipolaridade não houve um histórico de mães gripadas durante a gravidez.

Preocupação

O questionamento dos pesquisadores é que, “sendo assim, na lista de coisas com as quais mulheres grávidas devem se preocupar, em que nível a gripe figuraria hoje nos motivos para preocupações?

“Eu diria num nível ainda não muito alto”, afirma o professor Alan Brown. “As chances ainda são pequenas. Não creio que isso deva ser um motivo de alarme para as mães”, acrescenta o pesquisador.

Ele alerta que as mulheres devem ser vacinadas contra a doença. “A vacina recomendada a mulheres grávidas em muitos países pode reduzir as chances de se contrair gripe”, diz o especialista.

Ainda não se sabe, no entanto, como a gripe afetaria o cérebro do feto, já que o vírus não incide diretamente sobre o bebê, mas sim sobre o sistema imunológico da mãe.

Segundo especialistas, o tratamento contra o transtorno bipolar, que atinge aproximadamente 2% da população mundial, não avança há 20 anos e a melhor terapia para a doença é a mesma desde 1949.

Em parte, isso se deve à insuficiência de conhecimentos novos sobre o distúrbio, quadro que acaba atrapalhando a forma como o diagnóstico é feito: apenas com base nos sintomas clínicos dos pacientes.

Álcool não prejudica bebê, dizem cientistas

Uma pesquisa de cientistas britânicos sugere que o consumo moderado de bebida alcoólica durante a gravidez não causa problemas de comportamento ou de desenvolvimento de habilidades mentais ao bebê.

No estudo, os pesquisadores do University College de Londres analisaram o comportamento e as habilidades de 10.534 crianças britânicas de 7 anos cujas mães não consumiram ou consumiram quantidades moderadas de bebida durante a gravidez.

De acordo com os cientistas, foram descobertas poucas diferenças entre as crianças filhas de mães que não beberam e as filhas das mães que beberam moderadamente.

“Sabemos que beber muito durante a gravidez tem um efeito muito prejudicial, mas é muito improvável que beber pequenas quantidades terá um impacto (na gravidez)”, afirmou Yvonne Kelly, uma das autoras do estudo divulgado na publicação científica de ginecologia e obstetrícia ‘An International Journal of Obstetrics and Gynaecology (BJOG)’.

“Não parece ser biologicamente plausível que pequenas quantidades de álcool afetem de alguma forma o desenvolvimento. O ambiente no qual a criança cresce é muito mais importante”, disse.

No entanto, a pesquisadora afirma que é necessário mais tempo para analisar a saúde das crianças.

“Seguimos estas crianças durante os primeiros sete anos das vidas delas, mas mais pesquisas são necessárias para detectar se algum efeito adverso dos baixos níveis de consumo de álcool na gravidez pode aparecer mais tarde”, acrescentou Kelly.

Fonte: Agência Estado

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