Público pode assistir ao espetáculo ‘Volúpia da Cegueira’, dirigido por Alexandre Lino, com os olhos vendados
“Existe uma sutil diferença entre ver e enxergar, que não entendemos”, diz o diretor Alexandre Lino. Ele partiu deste princípio para criar a concepção do espetáculo ‘Volúpia da Cegueira’, em cartaz no Teatro Maria Clara Machado, na Gávea, que vem lotando suas sessões desde que estreou, mês passado. Um fator que desperta muito a curiosidade do público é a experiência sensorial proposta pela encenação, que pode ser “vista” com uma venda nos olhos.
Em cena, as fantasias e tabus sexuais de quatro personagens completamente cegos, num jogo erótico-afetivo em que imagem e som atuam simultaneamente. Formado por Moira Braga, Felipe Rodrigues, Max Oliveira e Aléssio Abdon, o elenco traz dois atores que são de fato deficientes visuais, propondo uma inversão de papéis entre eles e o público.
“É uma encenação contemporânea que flerta com a dança e outras expressões. Um trabalho de precisão e liberdade. Esse mergulho no abstrato é proposto ao público que pode assistir ao espetáculo com uma venda. É opcional, mas muito impactante para os que experimentam”, afirma Lino, que com a montagem faz sua estreia na direção.