Operação “Cauxi”: Xinaik chora durante interrogatório

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O ex-prefeito de Iranduba, Xinaik Silva de Medeiros, foi o primeiro réu do processo da “Operação Cauxi” a ser interrogado nesta sexta-feira (16), pela Justiça amazonense e chorou, no momento em que falava com o juiz. Outros 12 acusados ainda serão interrogados. As audiências para a instrução processual começaram na terça-feira (13) com os depoimentos das testemunhas de acusação e nesses quatro dias de trabalho já foram mais de 33 horas de depoimentos. Este é o maior processo em tramitação no Tribunal de Justiça do Amazonas, com mais de 44 mil páginas, e envolve políticos, ex-secretários do Município e empresários, todos acusados de integrar um esquema de desvio de verbas públicas e fraudar licitações na Prefeitura de Iranduba, cujo valor ultrapassaria R$ 56 milhões, de acordo com o Ministério Público Estadual.

Em função do número de réus, testemunhas e da complexidade do caso, o processo foi desmembrado em três núcleos – Político, Empresarial e Administrativo -, para facilitar a análise das provas existentes. No primeiro, ficaram os acusados detentores de cargos políticos; já o núcleo Empresarial é composto por empresários acusados de envolvimento no esquema de corrupção; e no último núcleo, o Administrativo, estão os servidores públicos da Prefeitura de Iranduba que, de acordo com a acusação, também faziam parte da suposta organização criminosa.

As audiências desta sexta-feira, presididas pelo juiz de Direito Jorsenildo Dourado do Nascimento, titular da 1ª Vara de Iranduba, começaram às 9h30 com o interrogatório dos réus do núcleo Político, sendo o ex-prefeito, o primeiro a ser interrogado, com duração de quase quatro horas. Houve uma pausa para o almoço, por volta das 13h40, e às 14h20 os trabalhos foram retomados com o interrogatório do réu David Queiroz Félix. Até 16h10, ele ainda continuava contando sua versão dos fatos ao juiz. Dependendo da evolução deste interrogatório, a outra pessoa acusada, Nádia Medeiros de Araújo, poderá ser ouvida somente na segunda-feira (19).

Depois do núcleo Político, os próximos réus a serem interrogados serão os do núcleo Empresarial: Almir da Silva Prestes, Amarildo da Silva Medeiros, Ângela Rayane do Amazonas Medeiros de Araújo, Raimundo Israel de Araújo e Sérgio Souza da Silva. Na sequência, deverão ser interrogados os acusados do núcleo Administrativo – André Maciel Lima, Anny Glez Fialho da Silva, Edu Correa Souza, Genilson Ferreira da Silva e Piter Vilhena Gonzaga. Dos 13 réus, quatro permanecem presos. As audiências estão acontecendo nas salas das Câmaras Isoladas, no 3º andar do edifício-sede do Tribunal de Justiça, em Manaus, uma vez que a Comarca de Iranduba não possui estrutura física adequada para realizar audiências com um grande número de acusados, testemunhas e advogados. O processo é público

Audiências

Desde terça-feira já foram ouvidos, na capital, os depoimentos de testemunhas de acusação e de defesa, com mais de 33 horas de gravação de áudio e vídeo, que serão incluídos no processo. Havia uma previsão para ouvir mais de 70 testemunhas nos três primeiros dias de instrução, mas  foram ouvidas 47, no total, uma vez que a defesa dos réus desistiu de ouvir grande parte delas por entender que seus depoimentos não iriam contribuir substancialmente para o esclarecimento das denúncias.

Próximas fase

A previsão é que os interrogatórios terminem na segunda-feira (19). Após a conclusão a oitivas de testemunhas e interrogatórios, abre-se a fase das diligências, onde as partes poderão requerer perícias ou novos depoimentos. Caso não haja, começa o prazo para as alegações finais, que deve começar no final de janeiro de 2017. Em função dos prazos judiciais, a previsão é que o processo esteja pronto para sentença em meados de março.

Números do processo da Operação Cauxi

Mais de 44 mil páginas

13 réus

1.000 laudas do Resumo Principal do processo

47 testemunhas ouvidas em três dias de audiências

Mais de 33 horas de depoimentos de testemunhas

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