Omar (PSD) e Igrejas rebatem “ingrediente político”, na greve e escolha de novo nome para a Suframa

A entrevista dada pelo senador e ministro das Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), à Rede Tiradentes, no último sábado (13), e reprisada nesta segunda-feira (15), repercutiu no meio político amazonense. Hoje pela manhã, o superintendente interino da Suframa, Gustavo Igrejas, respondeu, às declarações do ministro sobre a autarquia.

Para Braga, a questão do nome para o comando da autarquia e a greve dos servidores tem ingredientes políticos. Igrejas, que é servidor da Suframa há 28 anos, disse que recebeu as declarações de Braga com muita tristeza.

“Recebi com muita tristeza! Na verdade, logo que o Tomas (Nogueira) foi exonerado, eu assumi como interino. Naquele momento, quando o então ministro Mauro Borges me fez o convite para ser superintendente, ele me comunicou que havia feito uma consulta à classe política do Amazonas, às principais lideranças políticas, que haviam avalisado o meu nome e, é claro que o peso do então senador Eduardo Braga era muito forte nisso. Logo no início da interinidade, eu cheguei a conversar por duas ou três vezes com o senador, tivemos conversas bastante interessantes, falamos sobre o futuro da Zona Franca de Manaus (ZFM) e, logo depois, no começo deste ano, começaram as notícias sobre o apoio do grupo político dele para a ex-deputada Rebeca Garcia, e, a partir daí, a gente acabou não tendo mais contato!”

Igrejas negou que venha fazendo política para se manter no cargo. “O que eu fico muito entristecido, em reação a esse assunto, é que, desde que eu assumi a interinidade, no mês de novembro, em nenhum momento eu fiz política dentro do órgão, para permanecer no cargo, e isso é notório por todos aqueles que me acompanham e o meu trabalho de 28 anos na Suframa. Eu sou técnico de carreira da autarquia. Não sei fazer política! Da mesma forma que ele soube dessa ‘briga política’ por meio da imprensa, eu também soube por meio da imprensa. Tenho um relacionamento cordial com o governador José Melo (PROS) e com o senador Omar Aziz (PSD), mas, em nenhum momento, eu os procurei para pedir apoio ao meu nome. Eles têm feito declarações públicas de apoio ao nome de um técnico, da Região, mas não especificamente colocando o meu nome. Eu não sou o único técnico na Suframa, o único técnico competente da Região. Acho que há muitos bons técnicos que podem assumir a Suframa e a única coisa que eu tenho feito, desde que assumi, no dia 10 de novembro, foi realizar meu trabalho tecnicamente, que é o que eu sei fazer dentro da autarquia, trabalhando em prol da autarquia, em prol da Região.”

O superintendente se manifestou favorável ao posicionamento e às reivindicações dos servidores; voltou a defender a transformação da Suframa em Agência Executiva, o que, segundo ele, facilitaria a negociação pelos salários; e a união da classe política e das lideranças empresariais em torno da Suframa e o retorno do convênio para a continuação das obras viárias do Polo Industrial de Manaus (PIM) e a entrega para a prefeitura, que seria responsável pela manutenção das ruas do Distrito Industrial.

O senador Omar Aziz (PSD) rebateu as declarações de Braga (PMDB), de que a questão da Suframa também tem ingredientes políticos. Omar Aziz afirmou que o assunto da equiparação dos salários já vem sendo discutido muito tempo, sem uma solução.

“A luta dos servidores não começou este ano. Essa discussão vem sendo travada há mais de três anos. Esse emenda foi aprovada no senado à unanimidade. A MP 660, que trata sobre a regularização do Plano de Cargos e Careiras dos servidores da Suframa, que é uma injustiça que se comete contra eles, o ex-deputado Marco Antônio Chico Preto (PMN) foi até à casa do Eduardo Braga, que era líder da presidente Dilma, pra tratar desse assunto e não foi resolvido. Não é questão política, não! É falta de interesse de resolver! Nós aprovamos e a Dilma vetou! Eu não sou ministro da Dilma. Eu ‘tou lá’ como senador da República!”

Voltando a alfinetar Eduardo Braga, Omar afirmou que a luta contra o veto da presidente recomeça nesta terça-feira (16).

Eu, juntamente com o senador Romero Jucá (PMDB), iremos fazer um destaque para votar em separado, porque, se não for em separado, o veto não cai, e eu espero, futuramente, ter o apoio dos meu ‘pares’ e de todos. A bancada tem se reunido sistematicamente, para tratar desse assunto, coisa que não acontecia antigamente. O ministro, quando líder da presidente, poderia ter resolvido isso! Não resolveu!?!?”

O senador afirmou, ainda, que a Suframa não precisa do Governo Federal para pagar o que os servidores estão reivindicando.

“Nesse momento, a economia do Brasil está numa situação difícil e não é porque a Suframa deixou, não! A Suframa dá lucro. A Suframa, todo ano, tem dinheiro contingenciado! Recursos para pagar os servidores, a Suframa tem! Ela arrecada! Ela não tira da União. Tira daqui, das indústrias do DI, então, o que falta, realmente, é boa vontade do Governo Federal com os servidores da Suframa! Coisa que não vem tendo há muito tempo! Não é de hoje!”

Omar descartou veemente uma disputa política em torno da indicação do nome do novo superintendente. “Não!, não! não! De forma nenhuma. Eu já deixei muito claro ao ministro (Aloísio) Mercadante (PT) e ao vice-presidente Michel Temer (PMDB) que eles têm autonomia e responsabilidade de nomear quem eles quiserem. Eu não tenho um nome!”

Segundo Omar, ele não tem nenhum veto ao nome da ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP). “Não tenho nada contra a ex-deputada Rebecca. Se, tecnicamente, ela puder ir para a Suframa, que vá!!!”

A ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP) foi secretária e, depois, candidata do então governador Omar Aziz à prefeita da capital, mas o eleito acabou sendo o diploma Arthur Virgílio Neto (PSDB).

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