A Odebrecht negocia um acordo de leniência com investigadores dos Estados Unidos e da Suíça que pode vir a se tornar o mais caro já realizado no mundo. O valor da multa pode chegar a R$ 6 bilhões e seria dividido entre Brasil, EUA e Suíça. Por enquanto, a Siemens é a empresa que firmou o maior acordo de leniência do mundo, de 1,6 bilhão de dólares, com autoridades norte-americanas e europeias, em 2008.
A informação foi revelada pela agência britânica Reuters nesta terça-feira (08).
Segundo a reportagem, o acordo irá elencar irregularidades ocorridas em parte dos 27 países onde a Odebrecht tem empreendimentos. “Isso pode dar origem a 100 novas investigações”, disse uma fonte ouvida pela agência. Autoridades americanas participam ativamente das tratativas com a Odebrecht, pois parte do dinheiro pago como propina pela empreiteira passou por bancos dos EUA e por projetos realizadas em território norte-americano.
Concomitantemente, a Odebrecht e o Ministério Público Federal (MPF) acertam os últimos detalhes da delação premiada de 75 executivos da empresa. O acordo, que tem mais de 300 anexos, envolvem no esquema da Petrobras o presidente Michel Temer, os ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, tucanos de alta plumagem, como José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin, peemedebistas fortemente ligados a Temer, como o senador Romero Jucá e o ministro Geddel Vieira Lima, e os dois principais nomes do PMDB no Rio de Janeiro: o prefeito Eduardo Paes e o ex-governador Sérgio Cabral.