Inaugurada pelo governo na última terça-feira (23/10), a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24h José Rodrigues, na Cidade Nova, zona Norte de Manaus, já está contribuindo para desafogar o Hospital e Pronto-Socorro (HPS) Platão Araújo, na avenida Grande Circular, zona Leste da capital. Entre terça e sexta-feira da semana passada, a UPA José Rodrigues realizou 306 atendimentos, que já produziram efeitos sobre a quantidade de pessoas que procuraram o pronto-socorro vizinho, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Susam).
Na última sexta-feira (26/08), por exemplo, foram atendidas na emergência do Platão Araújo 536 pessoas, enquanto na sexta-feira da semana anterior, antes da inauguração da UPA, deram entrada na unidade 674 pessoas, uma diferença de 138 atendimentos. A redução entre uma sexta-feira e a outra foi de 20%. “A gente já sente a diferença, sobretudo, no atendimento ambulatorial (aquele que não é de urgência), que caiu bastante”, comemora a diretora do Platão Araújo, Eliane Silva do Nascimento.
O secretário estadual de Saúde, Orestes Guimarães de Melo Filho, ressalta que a redução nos atendimentos do Platão já era esperada e a tendência é cair ainda mais. “Calculamos que com entrada em operação da UPA José Rodrigues, o número de atendimentos no Platão cairia entre 20% a 30%. Portanto, esse percentual de 20% de redução logo nos primeiros quatro dias, ainda vai aumentar, uma vez que as pessoas ainda não estão acostumadas a usar os serviços da UPA José Rodrigues”, disse Orestes.
O secretário observa que o tipo de atendimento da UPA 24h é diferenciado dos prontos-socorros, por ser para urgências de menor complexidade. “Com o direcionamento desse público para a UPA 24h, o pronto-socorro, que é para os casos mais graves, como acidentes de trânsito, ferimentos por arma de fogo e arma branca e outros traumas graves, fica menos sobrecarregado, podendo oferecer um atendimento de melhor qualidade”, disse.
A diretora da UPA 24h José Rodrigues, Neylane Macedo, afirma que a unidade é voltada para atender a população nas urgências intermediárias. O perfil da UPA é de atendimento com clínico geral, pediatria e as pequenas cirurgias e suturas. “O paciente é atendido, estabilizado e, se melhorar nas primeiras 24 horas, tem alta. Caso não evolua, é encaminhado para os serviços de referência hospitalar”.
Segundo ela, a maioria dos atendimentos nos primeiros dias da unidade foi de clínica médica, ou seja, atendimento ambulatorial. “Essas pessoas, certamente, iriam para o pronto-socorro e lá não é o lugar ideal para esse atendimento que, além da UPA, pode também ser buscado na Unidade Básica de Saúde (UBS), próxima de casa ou nos Serviços de Pronto Atendimento (SPAs)”, aconselha.