MPF diz que organização criminosa tinha ‘braço armado’ comandado por coronel da PM

O procurador da República, Alexandre Jabur, concedeu entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (24), no prédio anexo do Ministério Público Federal (MPF/AM), localizado no Aleixo, onde apresentou denúncia encaminhada à justiça com a citação de 16 pessoas acusadas de envolvimento no esquema de desvio de recursos do sistema público de saúde do Amazonas, revelado pela Operação Maus Caminhos da Polícia Federal (PF).

Segundo a denúncia do MPF, a quadrilha comandada pelo médico e empresário Mouhamed Moustafa, preso durante a operação da PF, tinha um braço armado composto por policiais civis e militares responsável por dar apoio ao esquema que desviou mais de R$ 220 milhões da saúde estadual, conforme afirmou o procurador Alexandre Jabur.

Além da evolução patrimonial dos envolvidos, como a de Moustafa, que saltou de pouco mais de R$ 413 mil em 2012, para mais R$ 14 milhões em 2015, transferências bancárias do Fundo Nacional de Saúde com a utilização de “contas de passagem” reforçam as denúncias contra os suspeitos no esquema criminoso que tirou da saúde pública do Estado recursos para a construção, como hospitais, além da contratação de novos profissionais.

Ainda de acordo com o procurador da República, Alexandre Jabur, a denúncia do Ministério Público Federal comprova a responsabilidade do Estado na desordem dos gastos públicos.

Os acusados denunciados a justiça pelo Ministério Público Federal, que já estão presos, são; Alessandro Viriato Pacheco, Antônio de Melo Marques, Davi de Azevedo Flores, Erhard Lang, Gilberto de Souza Aguiar, Jennifer Naiyara Yochabel Rufino Correa da Silva , Marcia Alessandra Silva do Nascimento, Mouhamed Moustafa, Pablo Gnutzmann Pereira, Pauline Azevedo Sá Campos, Priscila Marcolino Coutinho e Rodrigo Fernandes Arol. Os acusados denunciados, mas que não estão presos, são; Dilson Maciel de Jesus, Euler de Paula Baumgratz, Gilmar Fernandes Correa e Paulo Roberto Bernadi Galaci.

médico Mouhamad Moustafa, apontado como chefe de uma esquema de desvio de verbas na saúde pública no Amazonas (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)

O MPF informou que todos foram acusados de integrar uma organização criminosa. As penas dos acusados, se condenados, podem chegar a 12 anos de prisão.

Parte dos acusados foi denunciada por embaraçar as investigações. O grupo fez alterações de documentos e articulava destruição de provas, de acordo com o Ministério Público, podendo pegar pena de de até 20 anos por conta dos dois crimes.

O órgão informou que o médico Mouhamad Moustafa pode ter uma pena superior a 20 anos por ter liderado a organização criminosa.

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