O escritor e roteirista Max Mallmann, 48 anos, morreu nesta sexta-feira (4), no Rio de Janeiro, vítima de câncer. O gaúcho que integrou a equipe de redatores da Globo já trabalhou em grande sucessos da emissora como “Coração de estudante”, “Malhação”, “Carga Pesada” e “A Grande Família”.
Max também fazia sucesso fora da TV. Seu livro “Síndrome de Quimera” já foi finalista no prêmio Jabuti. Seu último livro foi “As Mil Mortes de César”, lançada em 2014, segundo informações do IG.
Ultimamente o escritor trabalhava como roteirista de uma nova série global.
Mallmann será cremado no Rio, mas as cinzas serão levadas a Porto Alegre.
Max Mallmann (EM SUA PÁGINA PESSOAL)
Anotações para um livro de autoajuda – ou pequenas coisas que aprendi com o câncer:
Ser feliz atrapalha o tratamento médico. Quem está feliz se torna imprudente; tem vontade de sair de casa, de ir à festas, de beber alguns ou vários chopes com os amigos, de comer coisas gostosas cheias de gorduras e açúcares; eventualmente, se esquece de tomar algum remédio. Ser feliz, enfim, provoca comportamentos que arrepiam os médicos e preocupam as pessoas próximas.
O estado psicológico ideal para quem está em tratamento seria uma leve depressão, mas sem angústia. Perde-se a vontade de sair de casa e de fazer coisas divertidas, e passa-se a seguir as instruções médicas feito um robozinho.
A dificuldade está em que depressão sem angústia, senão impossível, é no mínimo uma condição difícil de obter. Dependeria de um equilíbrio muito delicado entre antidepressivos e ansiolíticos. E, especificamente no meu caso, me traria dificuldade para trabalhar. A depressão inibe a criatividade, e criatividade é minha principal ferramenta.
Sendo assim, prefiro os riscos de ser feliz. Não que eu o seja o tempo todo, longe disso. Sou uma pessoa até bastante negativa. Mas, sempre que, na minha vida, se acende uma lampadinha de felicidade, eu desfruto da luz com gana e gosto.