Ministério Público processa Globo por esponja black power: ‘Reforça preconceito’

O MPF moveu uma ação por danos morais, buscando a retratação à população negra

Depois de receber diversas denúncias de telespectadores, o Ministério Público decidiu processar a TV Globo pelo uso de uma esponja que imita um boneco com black power. De acordo com os procuradores da República Renato Machado e Ana Padilha Oliveira, autores da ação, o objeto contribuiu para que o racismo, crime do qual a ex-“BBB16″Adélia foi vítima na semana passada, seja perpetuado no cotidiano brasileiro.

“A representação do cabelo Black Power como esponja de pia faz uma clara alusão ao estereótipo racista do ‘cabelo para ariar panela’ ou ‘cabelo Bombril’, servindo apenas para reforçar o preconceito, ainda intrínseco a muitos setores da sociedade, desde a abolição da escravatura”, indicam os representantes do MP-RJ em entrevista ao jornal “O Dia”.

Um modelo imitando a rainha da Inglaterra e um soldado inglês também estão à venda

No reality show, Ronan – alvo de ofensas racistas durante o confinamento – criticou o boneco, como lembram os procuradores. “Ele (Ronan) identificou de pronto a inadequação do objeto e retirou o boneco da pia, passando a utilizá-lo como um simulacro de microfone”, rememoraram sobre o participante que ficou com o terceiro lugar do jogo.

Além do modelo homem, também é possível encontrar à venda outros três modelos

Além de aparecer no “BBB16”, o utensílio apareceu ainda no “Mais Você“. E, apesar do repúdio de internautas e espectadores, o objeto foi mantido nos cenários. Na ação, o MPF requer a reparação dos danos morais coletivos, e a exibição de uma retratação pela emissora à população negra pelo uso da esponja, tanto no matinal comandado por Ana Maria Braga – cujo salário pode ser diminuído em breve – como no horário nobre.

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