Microempresa apoiada pela FAPEAM negocia venda de bolo amazônico a Dubai

A microempresa Sabores de Tradição, de Manaus, no Amazonas, está negociando a exportação de um bolo amazônico para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. As conversas estão acontecendo com um distribuidor da Inglaterra, que pretende colocar o produto no mercado inglês e também no emirado, de acordo com informações do proprietário da companhia brasileira, o português Jorge Carlos Neves.

A empresa de confeitaria e panificação funciona há cerca de quatro anos e há três começou pesquisas para fabricar produtos amazônicos, que contaram com recursos do governo do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas, por meio do Programa de Subvenção Econômica à Inovação (Tecnova/AM).

O Bolo Amazônico é livre de glúten, de lactose e não tem gordura trans. O uso de conservantes é mínimo e para isso é usado o sistema de embalagem com atmosfera modificada. A validade do produto é de cinco meses. Ele leva ainda ingredientes da floresta amazônica como castanha-do-Brasil, cupuaçu, cumaru e puxuri.

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De acordo com Neves, o bolo é saboroso e tem uma textura “ótima”, é úmido e não seco como costumam ser alguns produtos sem glúten. O site da empresa descreve o produto como macio e fibroso, com aroma frutado, suave e adocicado. A farinha usada, como não leva glúten, é uma mistura de farinha de castanha, mandioca e caju com processo próprio de fabricação. O empresário conta que para chegar até a formulação final do bolo foram necessários dois anos.

O contato com o distribuidor inglês é o primeiro no mercado internacional. Neves começou as conversas com a empresa europeia durante a Feira Internacional da Amazônia (Fiam), que aconteceu em Manaus em novembro do ano passado. “Eles adoraram o Bolo Amazônico”, relata. A indústria, porém, ficou de chegar a uma formulação que permita um preço menor para a exportação. O resultado dos testes que estão sendo feitos neste sentido deve ser entregue em setembro.

A empresa de Manaus também está trabalhando na formulação de uma nova embalagem para o produto. Atualmente, ele é vendido em uma caixinha e, em função disso, muitos consumidores brasileiros acreditam que se trata de uma mistura para bolo e não de um bolo pronto. Para a nova embalagem também vão ocorrer conversas com os ingleses, já que a Sabores de Tradição quer ter algo único para os mercados doméstico e o internacional.

O negócio com a panificação surgiu da vontade de Neves de morar no Amazonas. Inicialmente ele pensava em se mudar para o Brasil para dar aulas de confeitaria e panificação, atividade que exercia em Portugal. E foi o que ele fez por alguns anos, mas não em terras amazonenses, onde as oportunidades para tal não surgiram, e sim em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás e no Distrito Federal.

Então Neves pensou em outra atividade para o Amazonas, a produção de doces portugueses, o que logo deu muito certo. “Mas eu percebi que não existia confeitaria amazônica”, afirma, lembrando que havia apenas um ou outro produto feitos nas padarias, mas de forma bem rudimentar. Assim ele submeteu uma proposta ao programa Tecnova e conseguiu apoio para desenvolver os produtos de panificação amazônicos.

A microempresa funciona dentro do Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (Cide), uma iniciativa da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), e tem apoio de outras instituições como Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). ]

Neves está trabalhando para obter a licença dos produtos junto ao Food and Drug Administration (FDA), órgão responsável pelo controle de alimentos nos Estados Unidos. A medida, acredita ele, facilitará a entrada em outros mercados no exterior. O empreendedor afirma que o mercado europeu é muito aberto aos produtos da Amazônia. “Só a marca Amazônia já vende na Europa”, afirma ele, complementando que também é preciso que os itens tenham qualidade. O empresário afirma que o mercado de Dubai também é aberto aos produtos da Amazônia e aos novos sabores.

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