Maria Paula comemora o Acordo de Paris, ratificado pelo governo brasileiro nesta segunda-feira

Em entrevista ao Portal Planalto, Maria Paula Fidalgo, da ONG Uma Gota no Oceano, ressalta o protagonismo do Brasil na questão climática e defende o uso massivo de fontes de energia renovável.

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Uma das fundadoras da Organização Não Governamental (ONG) “Uma Gota no Oceano”, Maria Paula Fidalgo já vem acompanhando de perto o Acordo de Paris desde a Conferência do Clima das Nações Unidas realizada em 2015 (COP21). Nesta segunda-feira (12), após acompanhar a cerimônia em que o presidente Michel Temer ratificou o acordo, ela declarou em entrevista exclusiva ao Portal Planalto que este momento merece ser comemorado.

“Assinar esse acordo é, assim, fundamental. Vamos bater palma, porque merece. Assinar já é prova de que a gente está dentro da história”, afirmou. “Eu estava lá em Paris na COP 21, vendo tudo que estava acontecendo e hoje estou aqui de novo para ver que a gente está realmente se comprometendo. O Brasil é um dos primeiros países a assinar, estou com maior orgulho. Muito orgulho desse País por estar fazendo isso.”

Na entrevista, ela também destacou que considera necessário que o Brasil continue exercendo o papel de protagonista na questão climática. Lembrando que a maior bacia hidrográfica e a maior floresta do mundo estão no País, ela diz que “a gente tem também a maior responsabilidade de todas de preservar o que a gente tem aqui”. Maria Paula reconhece que várias medidas já estão sendo tomadas, mas aponta que é necessário colocar no cotidiano da sociedade o uso de novas fontes de energia sustentável.

ENTENDA COMO VAI FUNCIONAR

O governo brasileiro ratificou, na manhã desta segunda-feira (12), o Acordo de Paris. O documento foi previamente aprovado, no ano passado, por 197 países que participaram da Conferência do Clima de Paris (COP 21).

O compromisso dos países signatários é manter o aumento da temperatura média global em menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais, e fazer um esforço para ir além: limitar essa elevação da temperatura a 1,5°C.

Agora, cada um dos países que participou da COP 21 precisa transformar o pacto firmado no encontro em lei nacional dentro dos seus territórios. Esse processo é chamado de ratificação.

Na prática, para alcançar esses objetivos, os governos definiram os próprios compromissos de redução de emissões de poluentes, chamadas de Contribuições Nacionalmente Determinadas (iNDC, na sigla em inglês).

Com a ratificação, o Brasil assumiu como objetivo cortar as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, com o indicativo de redução de 43% até 2030 – ambos em comparação aos níveis de 2005.

Desmatamento da Amazônia

Entre as políticas para alcançar essas metas, o país terá, por exemplo, que aumentar a participação de fontes renováveis na matriz energética, e recuperar e reflorestar áreas desmatadas. O País ainda se comprometeu a zerar o desmatamento da Amazônia Legal e a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.

O compromisso assinado pelo Brasil ainda prevê que até 2100 não haverá a emissão de gases poluentes, o que seria equivalente à descarbonização total da economia.

Todos os participantes do COP 21 deverão adotar políticas para atingir os objetivos do acordo, que tem, entre outras metas, por objetivo promover o financiamento coletivo de um piso de US$ 100 bilhões por ano para países em desenvolvimento, considerando suas necessidades e prioridades.

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