Pivô de triângulo amoroso do “Caso Marcelaine” confirma em julgamento, que mantinha relacionamento amoroso com a vítima e a acusada de planejar tentativa de homicídio.
O 2º dia de julgamento lota o Tribunal do Júri do Fórum Henoque Reis, no Aleixo, assim como aconteceu durante o júri popular iniciado na manhã de ontem (01).
O julgamento de hoje (02) iniciou às 10h20, com mais de uma hora de atraso. A defesa dos réus autorizou o início, mesmo sem a presença de Charles McDonald e Rafael ‘Salsicha’, que até as 11h15 ainda não haviam chegado ao TJ-AM.
Nesta quinta, estão sendo ouvidos os advogados dos réus e o Ministério Público do Amazonas.
No banco dos réus, cinco acusados, entres eles: Marcelaine Schumann, apontada como a mentora da tentativa de homicídio contra a empresária Denise Almeida, baleada quando saía de uma academia no centro da cidade, em 12 de novembro de 2014. Segundo a denúncia, as duas seriam amantes do mesmo homem, o empresário Marcos Souto.
Durante seu depoimento, Marcelaine assumiu que teve uma relação extraconjugal, durante nove anos, e revelou que um problema de saúde com o marido dela, a aproximou de Marcos.
No julgamento, a primeira a ser ouvida foi a vítima, Denise Almeida. Ela falou sobre as ameaças feitas por Marcelaine, antes de sofrer o atentado.
“Eu recebi algumas mensagens de texto com ameaças [de Marcelaine] do tipo ‘eu vou contar para o teu marido'”.
“Quando levei o tiro, a Marcelaine foi a primeira pessoa que pensei. Não tenho desafetos”.
“Agora que caiu a ficha e que eu temo mais ainda. Me preocupo muito com a minha família. Me prejudicou em todos os sentidos. Me limitou, eu fiquei depressiva, temerosa, eu não ando só. A minha rotina mudou”.
Denise contou que, no dia do crime, sua filha deveria ter ido para a academia com ela. “Ela poderia estar morta”, contou a vítima.
Denise Almeida evitou falar sobre o relacionamento com Marcos Souto, disse que mantinha apenas um relacionamento de amizade e que tentou se afastar do empresário quando percebeu que poderia prejudicar o casamento.
Após o depoimento de Denise, foram ouvidas testemunhas de acusação, dois delegados e o perito responsável pelo laudo criminalístico da tentativa de homicídio. Os delegados negaram a acusação de que os réus teriam sido torturados na delegacia. Já o perito, Mauricio César de Albuquerque, falou sobre a gravidade do crime.
Marcos Souto falou que o maior arrependimento dele foi ter decepcionado a família.
“Eu amo a minha esposa.A Marcelaine era minha amiga, gostava muito dela. Amar é subjetivo”.
“Eu errei com a minha família. Isso eu admito”.
“Me sinto de luto pelo que está acontecendo”, assumiu Marcos.
O marido de Denise Almeida, Erivelton Barreto, também foi ouvido. Durante o julgamento confirmou que viveu um ano de inferno, com as ameaças feitas por Marcelaine sobre a suposta traição da esposa com Marcos Solto.
“[Marcelaine] tava tentando fazer um inferno no meu casamento”.
“[A Marcelaine] às vezes ligava e a Denise estava comigo. Mas, eu peguei várias vezes o Marcos seguindo o carro da Denise e isso gerava briga lá em casa”
“Ela trocava o chip [do celular] uma semana, na outra ele já sabia o número”, diz Erivelton, referindo-se à esposa Denise e a Marcos Souto.
O júri popular, composto por sete pessoas, é presidido pelo juiz Mauro Moraes Antony, da 3ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus. A expectativa é que o julgamento encerra nesta quinta-feira (2).
Reportagem: Charles Fernandes, com informações do G1 Amazonas
Fotos: Divulgação imprensa