Seis pessoas foram presas na continuidade da Operação “Treme Terra”, da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) em conjunto com as Polícias Civil e Militar, na manhã dessa sexta-feira (28/12). Foram cumpridos mandados de busca e apreensão no conjunto habitacional Viver Melhor e nas invasões Paraíso Verde e Monte Horebe, no bairro Santa Etelvina, zona norte de Manaus. No Viver Melhor, o residencial de apartamentos já estava se transformando numa espécie de condomínio do crime.

Também foi apreendida uma motocicleta na casa de Pedro Paulo Oliveira Lopes, o “Gordinho”, apontado pelos moradores como um dos líderes da invasão Paraíso Verde.

Por crime ambiental, o agricultor João Marques da Silva, de 40 anos, o pedreiro Erick Carlos dos Santos Pereira, de 41; a design gráfica Eliane Ramos de Paula, de 38, e o auxiliar de serviços gerais Gideon Araújo dos Santos, de 30, foram presos com quatro motosserras e terçados.

Foi preso, ainda, em flagrante, Lucas Rodrigues Belém, de 24 anos, que estava foragido do regime semiaberto do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Lucas Belém estava com a tornozeleira eletrônica violada. Em cumprimento a mandado de prisão, Ediene Ferreira da Silva, de 30 anos, foi presa no bairro Zumbi dos Palmares, zona Leste de Manaus. Ela é esposa de Emerson William Silva Saldanha, o “X Salada”, preso na última quarta-feira (26/12), primeiro dia da operação.

Conforme o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel da Polícia Militar do Amazonas Amadeu Soares, a sequência da operação integrada do sistema de segurança foi porque os policiais continuaram recebendo muitas denúncias do residencial e, para atender às queixas de crimes ambientais nas áreas de invasão. “Ontem uma patrulha nossa fez a prisão desses indivíduos com motosserra. Diante disto e também das imagens aéreas que temos da invasão completamente desmatada, é preciso tomar uma providência em caráter de urgência. A eliminação da floresta está acontecendo de forma massiva e abusiva e o que mais nos impactou é o fato de o crime organizado estar fazendo da invasão o seu novo negócio, invadindo terra pública para escravizar a população que ali mora”, afirmou.

O secretário disse, ainda, que as medidas contra criminosos que cobram dos moradores da invasão e aterrorizam a população já estão sendo tomadas e cabe à nova gestão dar continuidade ao trabalho. “As investigações e os trabalhos de Inteligência continuam para que esses criminosos sejam presos e retirados do local. Não temos mais que tolerar esse tipo de ação criminosa desses indivíduos que estão invadindo, desmantando e quase adentrando na área da reserva Ducke”, disse Amadeu.

De acordo com o diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), delegado Alessandro Albino, a operação contou com aproximadamente cem policiais civis, entre delegados e investigadores e grupo Fera, além de 150 policiais militares, entre Força Tática, Comando de Operações Especiais (COE), Batalhão de Choque, Batalhão Ambiental e Regimento de Cavalaria.

Sobre as prisões, o delegado informou que Lucas foi preso dentro de casa, no conjunto habitacional. “Ele responde pelos crimes de roubo e tráfico de drogas. Ele foi preso em 2014, passou nove meses na cadeia e ganhou o benefício de sair, mas como vinha infringindo a liberdade e o uso de tornozeleira eletrônica, foi expedido um mandado de prisão e hoje a polícia deu cumprimento. Já Ediene havia fugido do residencial após a prisão do marido, mas nós conseguimos fazer a captura dela”, disse.

Erick, Eliane, Gideon e João foram encaminhados à Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) e autuados em flagrante pelo crime de desmatamento. Os suspeitos pagaram fiança e vão responder em liberdade pelo crime. Lucas foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisório Masculino (CDPM) e Edine foi levada ao Centro de Detenção Provisório Feminino (CDPF).