Mais de 9 mil pessoas infectadas pelo vírus da AIDS estão em tratamento, no Amazonas

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Um total de 9.470 pessoas encontram-se em tratamento, hoje, na capital e Interior do Amazonas, infectadas pelo vírus HIV – o vírus da AIDS. De janeiro a julho deste ano, já foram notificados 622 novos casos da doença, o que confirma o avanço da epidemia no Amazonas. Esta nova fase da epidemia foi admitida no início do ano, pelo Ministério da Saúde. De 1986, ano em que as autoridades da saúde registraram o primeiro óbito por AIDS no Amazonas, a outubro de 2014, o Estado registrou 11.076 casos de infecção pelo vírus.

As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (14), pela Secretaria Estadual da Saúde do Amazonas (Susam), na abertura do “Curso de Atualização em Infecções Sexualmente Transmissíveis, com ênfase na Aids e Hepatites Virais”, quando foram anunciadas as ações que deverão reforçar o enfrentamento da alta incidência da Aids, no Estado. Entre as medidas, estão a criação de um selo de qualidade a ser concedido às maternidades que conseguirem zerar os registros de crianças expostas à transmissão vertical (feita de de mãe para filho) do HIV e a ampliação do número de municípios do Interior que passarão a receber, a partir deste mês, o kit maternidade (com medicamentos de profilaxia do HIV), a ser adotado nos casos de mãe HIV positiva.

De acordo com a Susam, além das unidades de saúde de Manaus, os pacientes em tratamento dispõem, ainda, de 16 (dezesseis) Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM), distribuídas nos seguintes municípios: Manaus 8.987 (96,7%), Tabatinga 93 (1,0%), Parintins 78 (0,83%), Tefé 55 (0,59%), Itacoatiara 39 (0,41%) e Coari 20 (0,21%). No estado a taxa de detecção de Aids por 100 mil habitantes chegou a 37.1.

Segundo o secretário estadual da Saúde, Pedro Elias de Souza, as ações incluem, ainda, uma parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), para que a Unidade Móvel da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) – que oferece testes rápidos de HIV e Sífilis – passe a desenvolver atividades voltadas para o público jovem. Também abrange o projeto de descentralização do atendimento ambulatorial dos pacientes vivendo com a HIV, que já está em fase final de discussão com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

O “Curso de Atualização em Infecções Sexualmente Transmissíveis, com ênfase na Aids e Hepatites Virais”, começou nesta segunda-feira e vai até sexta-feira (18), no salão de reuniões do Manaus Express Hotel, no Vieiralves. A programação reúne profissionais de saúde da capital e de mais 45 municípios do interior. Além de Pedro Elias, participaram da abertura do curso o representante do Ministério da Saúde, João Paulo Toledo, do Departamento Nacional de DST/Aids, e secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão e o diretor-presidente da FMT, em exercício, Marcus Vinícius Guerra.

O selo que passará a ser conferido às maternidades e unidades hospitalares do interior que conseguirem zerar os casos de transmissão vertical do HIV, deverá ser lançado por ocasião do Dia Mundial de Combate à Aids, comemorado em 1º de dezembro.

O Amazonas está, hoje, entre os Estados brasileiros com a maior taxa de detecção de casos de HIV. “Em parte, isso reflete os esforços que temos empreendido para ampliar o acesso das pessoas ao diagnóstico precoce da doença, mas também exige que façamos urgentemente uma análise de nossos planos de trabalho voltados para esta área, a fim de desenvolvermos ações mais efetivas, sobretudo no campo da prevenção, voltadas principalmente para o público jovem”, afirmou ele. A exemplo do que ocorre no restante do Brasil, esta parcela da população tem registrado um aumento expressivo de infecção pelo HIV.

Entre as ações com ênfase no público jovem que deverão ser implementadas ainda neste segundo semestre, está a utilização da Unidade Móvel da FMT, em ações voltadas para este público, reforçando o projeto “Viva Melhor Sabendo – Jovem”, que procura estimular as pessoas que estiveram em situação de risco para a transmissão infecções sexualmente transmissíveis, principalmente HIV e Sífilis, a realizarem os testes rápidos que permitem o diagnóstico precoce dessas doenças, para início do tratamento.

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