Mais de 3 mil detentos ainda estão soltos sem nenhum controle, afirma juiz da Vara de Execuções Penais do TJ-AM. Tornozeleiras permitirão maior controle sobre o semiaberto

Cerca de 3 mil detentos do sistema prisional do Amazonas ainda estão soltos e sem nenhum controle. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (15/3), pelo juiz da Vara de Execuções Penais (VEP), do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Roni Stone.

Em entrevista à Rede Tiradentes, o juiz, que coordena o trabalho de colocação de tornozeleiras e no dos detentos do semiaberto do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), afirmou que, com a ação, o Tribunal de Justiça quer afastar a imagem de ficou nacionalmente, após o massacre de 1º de janeiro de 2017, de que o Estado é um local de barbáries. O objetivo é resgatar a imagem do Estado.

De acordo com o juiz Roni Stone, um levantamento do regime semiaberto aponta, hoje, 600 presos dentro da unidade, mas, segundo o magistrado, o número é “algo em torno de 2 mil presos.”

Roni Stone explicou que, durante o censo, os detentos estão recebendo tornozeleiras, mas “com o critério necessário”.

Conforme o juiz, as tornozeleirtas eletrônicas têm dois chips, de operadoras diferentes, para evitar que fiquem sem o sinal qué é enviado ao sistema de controle.

Roni Stone alerta que, se o detento não observar as regras do usos do aparelho e voltar a delinqüir, passa a ser foragido e uma equipe policial sairá à procura dele.

O magistrado revelou que muitos do regime semiaberto que estão soltos estão comparecendo expontaneamente para a contagem e que alguns estão até ressocializados e trabalhando.

Segundo o juiz, até ontem, foram 54 atendimentos, com colocação das tornozeleirtas. Alguns, disse, observando o critério da lei e o bom comportamento, que passa por uma análise, até saem para o regime aberto com o livramento.

O juiz acredita que o trabalho no semiaberto estará encerrado em 10 a 15 dias. Ele explicou que o semiaberto não é uma penitenciária mas uma oportunidade que é oferecida ao cidadão infrator para se recuperar.

Roni Sone admitiu que o sistema carcerário no Brasil está falido e que foi isso que permitiu o atual estado de coisas, com a presença de facções criminosas atuando no sistema prisional.

Citando o semiaberto do Compaj como exemplo, ele disse que, o que era para abrigar apenas para 600, tem hoje mais de 3 mil presos de justiça, entre condenados e provisórios, que chegam ao número de  3 mil. Stone avalia que a quantidade e as características dos detentos do, regime fechado compromete o semiaberto.

Para o juiz, a tornozeleira permitirá maior controle do Estado sobre eles. “Com o equipamento, a sociedade amazonense ficará mais tranqüila.”

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