Mãe de atriz descobre câncer após ter sintoma incomum na menopausa

A atriz Mariana Xavier acaba de suspender a turnê da sua peça, O Último Capítulo, para acompanhar o tratamento de sua mãe, Etiene Araújo, que foi diagnosticada com um câncer aos 54 anos.

A descoberta da doença foi feita graças a um sintoma atípico na menopausa notado por ela, o que vale de alerta para outras mulheres.

Descoberta de câncer: sintoma

Etiene descobriu um câncer no colo do útero. “Minha mãe fazia todos os exames preventivos e nunca deu nada. Ela passou por um estresse e teve um sangramento no período da menopausa, o que a fez estranhar. Fomos investigar o que era e nos deparamos com um tumor”, contou Mariana em entrevista ao site Notícias da TV.

Câncer de colo de útero

De acordo com Daniela de Freitas, oncologista do Hospital Sírio Libanês e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o sangramento na menopausa e fora do período menstruais é um dos principais sintomas do câncer de colo de útero e também do câncer de endométrio [parte interna do útero], que é um dos tipos de câncer ginecológico. Por isso, os sangramentos inesperados sempre precisam ser investigados.

Sintomas

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CHAMPJA/ISTOCK

Outros sintomas comuns são cólicas fora do período menstrual, corrimentos, dores e sangramentos durante relações sexuais. Contudo, estes tipos de câncer também podem ser assintomáticos em fases iniciais.

A principal diferença entre estes dois cânceres é que o de colo de útero costuma acometer pessoas de, em média, 49 anos. Já o câncer de endométrio costuma se manifestar em mulheres ao redor dos 60 anos.

Como prevenir

Vacina contra HPV

Quase todos os casos de câncer de colo de útero surgem em decorrência da contaminação pelo HPV, que é um vírus sexualmente transmissível. Por isso, vacinar-se contra ele é uma importante forma de prevenção. Existem vários tipos de vírus do HPV e, no Brasil, temos disponível a vacina quadrivalente, que protege contra quatro deles.

“O ideal é que a pessoa tome a vacina antes da primeira relação sexual, porque é quando ela ainda não foi exposta ao vírus. Se ela toma quando não é mais virgem, a eficácia diminui, porque pode já ter tido contato com o vírus”, explica a especialista.

De acordo com a oncologista, até 70% das mulheres com até 50 anos já tiveram contato o vírus, ou seja, ele é muito comum.

Contudo, apenas uma pequena parcela das pessoas infectadas com vírus irá desenvolver o câncer de colo de útero, principalmente se o diagnóstico da infecção for feito rapidamente.

Papanicolau

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IMAGE POINT FR/SHUTTERSTOCK

O único exame capaz de detectar o HPV é o papanicolau, que deve ser feito anualmente. “O papanicolau é um exame pouco sensível e pode errar em até 40% dos casos, mas é importante que ele seja feito anualmente para aumentar as chances de detecção do vírus HPV”, explica a oncologista.

No papanicolau é possível detectar se o vírus está causando alguma alteração no colo do útero. Caso o resultado do exame esteja normal, pode ser que a pessoa nunca tenha tido o vírus, mas também pode ser que já tenha ocorrido uma infecção, mas o sistema imunológico conseguiu combatê-la.

Uma vez diagnosticada com o vírus, o correto é acompanhar para ver se o HPV está causando alterações no útero ou não. Se não estiver, nada precisa ser feito. Na maioria dos casos, é isso que acontece.

Pré-câncer

Caso esteja, a condição é chamada de pré-câncer. Neste caso, é necessário cauterizar o local que o vírus está atacando e, em alguns casos, realizar até uma cirurgia para retirar a parte do útero que está sendo afetada.

Como o tempo da infecção até o aparecimento do câncer é de cerca de 15 anos, é possível fazer um acompanhamento anual para combater possíveis alterações e impedir que o câncer se desenvolva.

“O tratamento não é para eliminar o vírus, é para tratar o que o vírus faz na célula e que pode causar um câncer no futuro”, afirma a especialista.

Segundo Daniela, já existe um teste chamado captura híbrida que é feito junto com o papanicolau e é capaz de detectar o tipo de HPV e se ele representa um risco alto ou baixo para o desenvolvimento do câncer de colo de útero.

Tratamento do câncer

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ERICSPHOTOGRAPHY/ISTOCK

Se o diagnóstico do câncer de colo de útero for feito precocemente, é feita uma cirurgia para a retirada do útero. “Normalmente, é retirado todo o útero, é raro conseguir tirar apenas o tumor”, comenta a médica.

Depois, a mulher se submete a sessões de radioterapia e quimioterapia. Caso o câncer esteja em um estágio um pouco mais avançado, a cirurgia não é indicada.

A paciente é submetida à radioterapia, quimioterapia e também à braquiterapia, que é um tipo de radioterapia feita por dentro da vagina.

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