“Lula é vítima de abuso de autoridade do Ministério Público Federal e do ex-juiz Moro”, afirma Paulo Okamotto

Em entrevista exclusiva ao jornalista Ronaldo Tiradentes, no programa Manhã de Notícias desta quinta-feira (15), o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto afirmou que o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, preso há um ano, é vítima de abuso de autoridade cometida pelos procuradores da Lava Jato e o ex-juiz, hoje Ministro da Justiça, Sérgio Moro. A declaração foi dada ao ser questionado sobre a Lei do Abuso de Autoridade aprovada nesta quarta-feira (14), na Câmara Federal.

“Nós fomos vítimas de abuso de autoridade. São inúmeros exemplos. O Instituto Lula recebeu doações por cerca de R$ 26 milhões, gastou esses R$ 26 milhões em 10 anos e ele é multado em R$ 15 milhões e tem todos os seus bens bloqueados. Isso o quê que é? É abuso de autoridade. Porque não há como pagar uma multa como essa. Fora isso, o presidente Lula é uma figura pública. Ele tem busca e apreensão na casa dele e teve depoimento consentido. Então o quê que significa isso? Abuso de autoridade!”, declara Okamoto, acrescentando que houve abuso de autoridade por parte do Ministério Público e do ex-juiz Sérgio Moro.

“Houve parcialidade do Ministério Público e do juiz combinando o jogo, combinando prova, aí não tem julgamento justo, porque o juiz já parte do pressuposto que você é o culpado e portanto, tudo o que você juntar de prova, tudo o que você falar, tudo o que você mostrar, não vai servir pra nada. Porque ele já está convencido, ele já está trabalhando para te condenar, o Ministério Público está trabalhando pra te condenar. Isso se chama parcialidade. O juiz não pode ter esse comportamento”, afirma.

“Lula é vítima de abuso de autoridade do Ministério Público Federal e do ex-juiz Moro” – Paulo Okamotto (foto – reprodução internet)

Articulação para aprovar a Lei

Okamoto negou que o impulsionamento e a aprovação da Lei de Abuso de Autoridade tenham sido uma articulação do PT na Câmara.

“Não acho que foi o PT que impulsionou. Eu acho que há muitos parlamentares preocupados com o abuso de autoridade. Para ficar claro, abuso de autoridade não é uma questão só de juízes, procuradores, policiais, mas, também de deputados, senadores, governadores e todas as autoridades precisam responder pelos seus atos. E se comete abuso, também precisa ser punido. O que acontece no Brasil é que as autoridades, em particular e do sistema policial, não tem um contrapeso. Muitas vezes uma lei, que inibe uma autoridade tomar uma tomar uma decisão arbitrária e é preciso sim que haja essa Lei. Ela já está atrasada no Brasil e eu tenho certeza que não foi só uma iniciativa do PT, mas de vários partidos progressistas que se preocupam com essa questão no Brasil”, declara.

Eleições 2020

Em relação às eleições municiais do próximo ano, Paulo Okamotto disse que o PT irá buscar alianças com partidos progressistas para a disputa.

“O PT vai tentar articular forças progressistas. Tem que juntar todos os partidos mais democráticos e comprometidos com o povo pra gente disputar as eleições. O PT pode disputar, a cabeça em algumas cidades, algumas capitais apoiando outro. Mas eu particularmente acho importante a gente curtir uma frente ampla, uma frente grande de um projeto na defesa dos trabalhadores. Porquê o que interessa muito é a gente ter um país desenvolvido, com igualdade, com oportunidade, sem violência, com paz, com tranqüilidade, pra poder ter uma vida feliz e todos os brasileiros merecem”, finaliza.

Ouça o áudio com a entrevista completa

Da redação do Manhã de Notícias,

Andréa Vieira

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *