Keven Sobreira e Leo Scant protagonizam bate-papos do ‘Pitiú Textual das Artes: Jovens Artistas’

Os artistas Keven Sobreira e Leo Scant protagonizam dois dos bate-papos da semana do projeto “Pitiú Textual das Artes: Jovens Artistas”, nesta segunda (19/04) e quarta-feira (21/04), respectivamente. Os encontros on-line vão enfocar, entre outros, temas como a arte-educação e o papel da arte no contexto da degradação ambiental. Os eventos acontecem sempre às 19h (horário de Manaus) e são abertos ao público em geral, com links de acesso disponíveis no Pitiú Textual das Artes e redes sociais do site no dia de cada encontro.

O primeiro encontro da semana, nesta segunda (19/04), é com o artista, professor e arte-educador Keven Sobreira, com o tema “Arte-Educação: relatos de uma trajetória juvenil entre Educação Básica, Liceu Claudio Santoro e Esat-UEA”. No bate-papo, ele enfoca a vivência nos campos das Artes e da Educação ao longo de sua trajetória como aluno, nas escolas de educação Básica, no Claudio Santoro e na Escola Superior de Artes e Turismo da Universidade do Estado do Amazonas (Esat-UEA), até a atualidade, como professor.

“Tenho o desejo de conversar sobre essa temática, em formato de relato de experiência. Esse campo tanto tem me inspirado na vida cotidiana, na prática artística e acadêmica”, aponta ele, que também vai discutir os atuais desafios do ensino em tempos de Covid-19. “Pretendo abordar a perspectiva atual de ensino a distância, e a mudança, durante a pandemia, de minha relação com as ferramentas virtuais na prática artística e docente”.

Para Keven, a importância do tema da arte-educação se evidencia tanto como saber que acompanha a humanidade desde o início, e que ainda assim “sempre sofre em contextos de crises humanas ou não, como a atual pandemia e projetos políticos descomprometidos com as Artes”. “É sempre pertinente refletir sobre o lugar das Artes no espaço escolar, e é de extrema importância desmistificar incongruências interpretativas do senso comum e midiático, como o aspecto utilitário da Arte-Educação, as licenciaturas específicas em realidades polivalentes e a comunicação entre artistas e os espaços educativos formais”.

Na quarta (21/04), Leo Scant propõe um diálogo sobre a degradação ambiental fruto da intervenção humana, que ameaça a natureza e a vida na Terra, e sobre o papel da arte dentro desse cenário. Com o tema “O que vem depois”, ele coloca como ponto de partida para discussão as práticas predatórias na Amazônia dentro na lógica colonizadora fascista do capitalismo, como garimpo ilegal, desmatamento, perseguição aos povos originários.

“A conversação busca refletir de que maneira a Arte, enquanto expressão criativa e política, comunica, provoca e atua em determinados cenários”, antecipa Leo. “Será um compartilhamento de impressões e estratégias de quem busca viver no Norte com comprometimento político e ideológico pautado na floresta. É impossível sermos uma sociedade desenvolvida enquanto nossa floresta for explorada e destruída em nome do capital. Precisamos nos mobilizar”.

Leo assinala o momento delicado com a pandemia que afeta em cheio o Amazonas e o Brasil. “A pandemia colocou o país num extremo, escancarou a falta de uma política democrática e pensada para o povo. A atual política é a da morte”, opina ele, citando a importância de eventos on-line como o “Jovens Artistas” nesse cenário. “Também é algo que se eterniza, através do link posso ter acesso ao conteúdo elaborado pelo projeto”.

Quem são

Keven Sobreira é artista, professor e arte-educador, com licenciatura em Teatro pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Sua vivência como estudante, artista e educador entrelaça os campos das Artes e da Educação, num trânsito entre palcos e salas de aula desde 1994. Atualmente leciona em escolas da rede pública, mantendo as atividades docentes na modalidade ensino a distância.

Leo Scant é um artista independente/experimental/político/amazônida/negro/não binário. Natural de Manaus, tem formação em Teatro pela UEA e desenvolve suas criações em diferentes linguagens, com ênfase nas Artes Cênicas, tendo já atuado em cidades do Amazonas, Rondônia, Goiás, São Paulo e outros estados, e Bolívia e Espanha. Desenvolve projetos de arte-educação com as crianças do Quilombo de São Benedito, por meio do diálogo com a Associação Crioulas do Quilombo, e do bairro Redenção, com a ONG TransformAÇÃO, onde colabora na realização do FestRap – Festival de Teatro do Rip Rap. Integra a Mona Coletiva das Artes, Movimento Levante MAO e Mobiliza Cultura Amazonas.

Projeto

O “Jovens Artistas” é um projeto on-line com foco em arte, formação e ideias, protagonizado por artistas de Dança, Teatro, Artes Visuais, Literatura e Performance do Amazonas. A iniciativa promovida pelo Pitiú Textual das Artes terá oficinas, bate-papos e performances em torno de temáticas e linguagens do fazer artístico contemporâneo. As atividades virtuais são gratuitas e acontecem de 29 de março a 24 de abril.

A programação completa e outras informações sobre o projeto podem ser obtidas no Pitiú Textual das Artes (medium.com/pitiutextualdasartes) e nos perfis do site no Facebook (facebook.com/pitiutextual), Instagram (instagram.com/pitiu_textual) e Twitter (twitter.com/pitiutextual).

O projeto “Pitiú Textual das Artes: Jovens Artistas” foi contemplado pelo edital emergencial Prêmio Feliciano Lana – Lei Aldir Blanc e conta com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, e do Governo Federal, por meio da Secretaria Especial da Cultura.

Pitiú Textual

O Pitiú Textual das Artes é um site voltado à difusão de informações, ideias e experiências relacionadas aos cenários de Dança, Teatro e Performance de Manaus e de outros centros do circuito artístico brasileiro. O projeto é uma iniciativa do artista Francisco Rider e do jornalista Jony Clay Borges.

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