Justiça começa a ouvir réus envolvidos na série de homicídios que aconteceu em 2015

A denúncia oferecida à justiça pelo Ministério Público do Estado (MPE-AM), contém 103 páginas que trazem denuncias contra 21 acusados de integrar um suposto grupo de extermínio que teria cometido os assassinatos em retaliação a morte do sargento Afonso Camacho, executado a tiros em julho de 2015, vítima de um roubo seguido de morte, praticado em frente a uma agência bancária do Bairro de Educandos, após a vítima sacar dinheiro.

Devido o número de acusados, a audiência de instrução foi separada por núcleos. O primeiro a ser ouvido na audiência de instrução e julgamento foi o soldado da policia militar, Magno Azevedo Mafra. Ele e mais 17 PMS e outras três pessoas, também serão ouvidas pelo Juiz da 3ª Vara do Tribunal do Júri, Mauro Antony.

“Quando o Ministério Público oferece a denúncia, ele narra um fato criminoso. Neste caso, o MP narrou que existe um grupo de extermínio, que fez várias vítimas naquele final de semana. É na instrução que começamos a coletar as provas. É o momento em que o Ministério Público vai começar a tentar provar que aquilo que ele alegou na denúncia é verdade e a defesa vai tentar provar o contrário”, explicou.

O policial ouvido nesta terça-feira (19), é investigado pelo assassinato de uma das vítimas da chacina do fim de semana sangrento, executada a tiros, dentro da própria casa, no bairro Parque São Pedro, zona Oeste da cidade. O advogado de defesa do PM, Jorge Henrique Melo, afirmou que o policial vai provar a inocência de que não fazia parte de um esquadrão da morte envolvendo policiais militares.

Policial suspeito de participar de grupo de extermínio é ouvido nesta terça (19) (Foto: Ive Rylo/G1 AM)

(Foto: Ive Rylo/G1 AM)

“O que teve de ser provado sobre o Magno, já foi provado. Tanto que ele não foi denunciado pelo Ministério Público. A testemunha fala que ouviu os tiros, acordou e, quando viu, a coisa já estava feita. A gente vai tentar provar, que ele não estava lá. Ele estava numa festa e não tem nenhuma ligação com o grupo de extermínio ou todas aquelas mortes”, declarou ele.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, a sequência de mortes foi orquestrada por uma única pessoa, o que deverá ser provado nas audiências. Por conta da quantidade de réus, as audiências de instrução têm previsão para serem concluídas apenas em janeiro. Ao final das sessões será decidido se os réus vão, ou não, a júri popular.

Série de mortes
De 17 a 20 de julho do ano passado, mais de 30 assassinatos ocorreram em diversas zonas de Manaus. A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) deflagrou a Operação Alcateia para investigar a série de crimes. A ação resultou na prisão de policiais militares que, segundo o MP, formavam um grupo de extermínio que participou da chacina.

Segundo o juiz Mauro Antony, devido à quantidade de réus, o julgamento só deve ocorrer em 2017.

 

 

 

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