Jô: ‘Decisão de acabar com o programa foi tomada há 2 anos’

Assim como fez com ‘A Grande Família’ e ‘Tapas & Beijos’, o ‘Programa do Jô’ terá sua última temporada previamente anunciada pela Globo.

O blog conversou há pouco com Jô Soares sobre a decisão, em comum acordo entre ele e a Globo, de encerrar seu programa diário de entrevistas este ano. Jô conta que a decisão já vem desde a renovação do último contrato, há dois anos, diz que até gostaria de ficar 30 anos no ar, como o criador dos talk shows, Johnny Carson, mas não será possível. Depois de 28 anos entre SBT e Globo, é hora de acabar: “A gula é um pecado”, ri.

Nesta última temporada, pretende homenagear alguns de seus grandes entrevistados, entre quase 15 mil entrevistas, do SBT para cá.

Como foi amadurecida essa decisão de acabar com o programa, no fim do ano passado?

Não, não foi no fim do ano passado. Quando eu renovei o contrato, há dois anos, falei: ‘vamos renovar por 2 anos’, e ali a gente já achava que esse seria o tempo que tínhamos de programa. Estamos no ar há 28 anos,  entre as duas emissoras, aí talvez seja um bom momento pra gente terminar, terminar no alto, com gás e tudo. A decisão já tinha sido tomada desde a renovação do contrato. Agora, o que eu pretendo fazer? Assim como a Globo não pretende parar,  eu também não pretendo parar. Eu quero homenagear várias pessoas, são quase 15 mil entrevistas, quero fazer alguns programas de homenagem, ainda não sei como, só vou saber nas primeiras reuniões, em março, quando a gente começar a falar do programa.

Você pretende ter um espaço para revivals desses melhores momentos ou vai trazer de novo esses entrevistados homenageados?

Não sei ainda como vai ser, não tem nada conversado, estamos de férias ainda. O que me enlouquece são pessoas que querem que eu diga, a pulso, o que não existe. Fui jornalista da redação do Última Hora, sei como é isso, de querer a notícia a qualquer custo, na hora, só que não tem.

O programa terá a mesma duração do ano passado?

Acho que é o mesmo esquema do ano passado, tudo o que eu já fiz. A não ser o fato de que, no fim do ano, esse programa, depois de 28 anos, acaba. O Johnny Carson ficou ficou 30 anos, eu queria ficar 30 anos, mas não vai dar.

Mas não vai dar por quê? É uma decisão sua?

É uma decisão de lado a lado, e depois, a gula é um pecado (risos).

Já ficou muito tempo no ar, tá bom assim?

É. Tá muito bom assim.

Se for o caso de homenagear esses entrevistados com imagens de entrevistas do SBT, acha que eles vão ceder o material?

O SBT sempre foi muito legal comigo nesse sentido, sempre que precisamos, eles cederam imagens e a minha relação com o Silvio é ótima. Aliás, eu faço esse programa graças ao Silvio…

Que abriu espaço para você fazer um talk show quando você quis fazer o programa…

Exatamente. E eu queria fazer um programa semanal e ele me disse: ‘não, esse programa só existe se for diário’.

Você diz que não vai parar, já sabe o que vai fazer em 2017?

Não, o que eu tenho são coisas que eu faço e sempre fiz: continuo dirigindo peças, escrevendo livros, fazendo outras coisas.

Já podemos adiantar qual será o próximo livro?

Não, não, está em gestação, continuo escrevendo e tô indo devagar na gestação.

Tem já alguma coisa em andamento para outros canais da Globo, na TV paga, ou tem ideia de fazer algo na própria Globo?

Ninguém sabe nada ainda.

Você apostaria em algum substituto para o seu horário na Globo?

Acho que tem várias pessoas que podem fazer brilhantemente um talk show, não tenho coragem ou competência para sugerir ninguém. Tem ali um monte de talentos. Nem sei se a Globo pretende continuar a fazer talk show. E o talk show tem programas que mudaram inteiramente a maneira de fazer.

Você tem visto formatos de fora, costuma assistir a algum deles?

Às vezes eu vejo. O Jimmy Fallon é um comediante talentosíssimo, mas o programa ali é muito mais um espetáculo do que um programa de entrevistas.

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