Iniciada no Brasil a coleta de dados do Levantamento Global de Drogas 2017

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Durante a primeira década do milênio, o narcotráfico faturou, em média, 900 bilhões de dólares ao ano, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc). A cifra é equivalente a 35% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ou a 1,5% de toda a riqueza produzida no mundo. Trata-se de um mercado extremamente dinâmico, sempre alimentado por “novidades” – como, por exemplo, as metanfetaminas e as sintéticas, em geral – ou por ondas renovadas de consumo de drogas antigas, como a heroína e os opiáceos, atualmente responsáveis por 40 mil mortes anuais nos Estados Unidos.
Para compreensão do problema, o Global Drugs Survey (GDS) desponta como uma ferramenta importante. Maior levantamento online sobre drogas do mundo, o GDS já está com participação aberta desde novembro deste ano para a elaboração do próximo relatório, a ser divulgado em 2017. Nessa edição, o estudo foca na entrada de novas drogas no mercado, padrões de uso, preços e nível de acesso, bem como no impacto sobre o consumo mundial da maconha, após mudanças de seu status legal.
O GDS é realizado desde o ano 2000 sob a coordenação do psiquiatra Adam Winstock, Consultor sobre Vícios do Maudsley Hospital (Londres) e professor honorário do Kings College London, e por uma equipe de especialistas ao redor do mundo. Conta com a participação de 20 países, incluindo o Brasil, onde o levantamento é organizado por Clarice Sandi Madruga, psicóloga e pesquisadora da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD/Unifesp).
Segundo Clarice, a expectativa é que os pesquisadores reúnam informações suficientes para realizar uma análise de tendências de 2015 e comparação entre os países coparticipantes. “Para isso, devemos ultrapassar a marca de cinco mil coletas, número de brasileiros registrados no levantamento do ano passado”, afirma. A coleta anterior contou com a participação de 107.624 participantes de diferentes nacionalidades.
Os resultados contribuem com o planejamento de ações governamentais voltadas à saúde da população e auxiliam o desenvolvimento de estratégias para instituições de ensino. Os dados da Global Drug Survey de 2015, por exemplo, propiciaram a formação de políticas públicas no Reino Unido e em outros países europeus. Além disso, o estudo detectou pela primeira vez o uso da maconha sintética no Brasil, identificando os riscos associados a essa substância, que coloca um a cada oito usuários em serviços de emergência por complicações relacionadas ao uso.
Colabore para que, esse ano, o Brasil tenha uma participação representativa nesse importante levantamento. Todos os indivíduos com 16 anos ou mais podem responder ao inquérito, independente de serem ou não usuários de qualquer droga.
O questionário (em português) fica disponível no seguinte link até janeiro/2017: https://surveys.globaldrugsurvey.com/s3/GDS2017PSA
Sobre a Unifesp
 
Criada em 1994, a Unifesp originou-se da Escola Paulista de Medicina (EPM), entidade privada fundada em 1933 e federalizada em 1956. Por meio do Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), iniciou seu projeto de expansão em 2005. Atualmente, a Universidade conta com cursos nas áreas de Humanas, Exatas, Biológicas, Negócios e Saúde; distribuídos nos seguintes campi: São Paulo, Baixada Santista, Diadema, Guarulhos, São José dos Campos e Osasco, além de unidades avançadas de extensão – Embu das Artes e Santo Amaro.

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