Infraero desiste de tanque aquaterrario no Aeroporto de Manaus

Exemplo de descaso e mal uso do dinheiro público: o tanque aquaterrario do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes em Manaus, pode nunca entrar em funcionamento. Apesar de ter a obra aprovada e executada, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), não tem verba para colocar o tanque em funcionamento.

Quem esteve no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes antes da reforma visando a copa do mundo de 2014, certamente lembra do antigo tanque destinado aos quelônios e aos peixes da região.

Eram centenas de tracajás, tartarugas e tambaquis. Um ponto turístico para milhares de visitantes e dos próprios moradores de Manaus.

Após a reforma, os bichos foram despencados e deveriam ser colocados novamente assim que um novo tanque aquaterrario fosse construído.

Milhões de reais foram gastos em dois tanques de 332 m² em cada lado do aeroporto. O piso do saguão é de vidro e permitiria observar a vida dos bichos bem de perto. Permitiria, porque esse projeto pode nunca sair do papel.

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A Infraero em Manaus desistiu de colocar os tanques pra funcionar com recursos próprios.

A administração da empresa em Manaus, por motivos desconhecidos, prefere ficar no anonimato sem conceder entrevista. Após o envio de de vários e-mails, a assessoria de imprensa informou que está aguardando uma possível parceria para colocar os tanques pra funcionar.  Mas se ninguém quiser bancar o projeto, ele pode não ter continuidade. Fica a pergunta: se não era pra colocar em funcionamento, por quê a obra foi executada?

Na época, A Superintendência Regional Noroeste da Infraero foi para os jornais se vangloriar do feito.

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Nossa equipe foi até o Tribunal de Contas da União (TCU) em Brasília tentar entender melhor essa história e saber porque uma obra aprovada pelo governo federal, apresenta tamanha falha.

Fomos recebidos pelo diretor da Secretaria de fiscalização de Infraestrutura Aeroportuária do TCU, Leonardo Garcia. Ele e sua equipe disseram que o prejuízo poderia ter sido bem maior. Por conta de fiscalizações durante toda a obra, cerca de R$ 40 milhões foram economizados.

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Leonardo Garcia, diretor da Secretaria de fiscalização de Infraestrutura Aeroportuária do TCU de Brasília, à direita.

“Cabe frisar que a nossa fiscalização gerou uma economia durante a reforma, no ano de 2011, no orçamento que seria posto em licitação. Isso foi um benefício tanto para os cofres públicos, quanto para a melhor forma de execução contratual da obra no aeroporto de Manaus”, destacou Garcia.

Ainda segundo o diretor da secretaria de fiscalização do TCU, a Infraero corrigiu inúmeras falhas da execução da obra do aeroporto e hoje não tem nenhum processo em andamento. Sobre os tanques aquaterrarios, a responsabilidade pela cobrança do funcionamento não depende do TCU.

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De acordo com Leonardo Garcia, em uma conversa informal com representantes da Infraero em Manaus, foi dito que não há interesse no funcionamento dos tanques uma vez que representaria custos adicionais com sua manutenção à infraero.

“Não há nenhuma irregularidade por parte da construção do tanque aquaterrario. Já o funcionamento e a operação é de responsabilidade da empresa e não cabe ao Tribunal de manifestar a respeito.

 

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Reportagem: Fabio Melo

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