Em uma entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, o diretor do FBI, James Corney, informou que a entidade está na reta final da investigação sobre o uso de uma conta pessoal de email por Hillary Clinton durante o tempo em que a pré-candidata às eleições presidenciais deste ano foi secretária de Estado de Barack Obama (2009-2013).
Corney também informou que o FBI recomendará que Hillary não seja processada pelo Departamento de Justiça dos EUA, que receberá todo o histórico de investigação e dará sequência ao rito. “Nós estamos expressando ao Departamento de Justiça que não há acusações a serem apresentadas”, declarou o diretor.
Ele acrescentou também que não tem havido “nenhuma influência externa” sobre a investigação, que tem acompanhado Hillary durante quase 12 meses.
Interrogatório no último sábado
A pré-candidata democrata à Presidência dos EUA Hillary Clinton participou de uma reunião de três horas e meia no último sábado no FBI como parte das investigações de seu suposto uso de um servidor de email privado para tratar de assuntos oficiais enquanto ocupava a Secretaria de Estado do país. O encontro é um sinal de que o inquérito, que lançou uma sombra sobre sua campanha, está chegando ao fim.
“A secretária Clinton deu uma entrevista voluntária nesta manhã sobre seu uso de emails quando era secretária”, informou Nick Merrill, porta-voz de Hillary, em um comunicado. “Ela está grata de ter tido a oportunidade de ajudar o Departamento de Justiça a levar este inquérito a sua conclusão. Em sinal de respeito ao processo investigatório, ela não vai comentar mais sobre a entrevista”, concluiu.
Fontes junto à investigação disseram à rede de TV americana CNN que o encontro foi realizado em Washington e durou aproximadamente três horas e meia. Procurado pela CNN, o FBI não quis comentar o caso.
Polêmica no início de 2015
No começo do ano passado, jornais americanos levantaram a suspeita de que Hillary teria usado uma conta de email pessoal durante os quatro anos em que foi secretária de Estado de Obama. O caso gerou dúvida sobre a chance de informações sigilosas do Departamento de Estado estarem circulando em mensagens de origem pessoal.
O Departamento encontrou mais de 2 mil emails enviados pela ex-primeira dama e, hoje, pré-candidata à presidência, com informações consideradas sigilosas mas que não exigiam sigilo à epoca de seus respectivos envios.
Um encontro entre a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, e o ex-presidente Bill Clinton, na última semana, voltou a jogar holofotes sobre o caso de Hillary. Lynch, no entanto, declarou que o encontro tratou apenas dos netos do casal Clinton, sem abordar a polêmica envolvendo as mensagens de Hillary.