Convênio permitirá monitoramento de sauins-de-coleira e recuperação áreas do Parque Sumaúma

O monitoramento do macaco sauim-de-coleira e a recuperação de áreas degradadas do Parque Estadual Sumaúma, na zona norte de Manaus, que foram afetadas por obras de implantação da avenida Governador José Lindoso (das Torres) será possível a partir desta quarta-feira (06/06), por meio de um convênio assinado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

De acordo com o secretário estadual da Infraestrutura, Oswaldo Said, o governo segue recomendação do Ministério Público Federal (MPF), referente ao trecho I da avenida Governador José Lindoso (das torres), e parecer técnico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), para compensação ambiental do Parque Estadual Sumaúma.

A adoção de medidas de proteção da fauna e flora da região do Parque Sumaúma, corrigindo passivos ambientais de governos passados, também segue determinação do governador Amazonino Mendes.

“No trecho 1 (da avenida das Torres), o convênio refere-se à construção de passagem de fauna e recuperação de áreas degradadas nas adjacências da avenida das torres. E no trecho II, trata-se da construção de passagem de fauna, monitoramento dos sauins e recuperação de seis áreas degradadas dentro do parque estadual Sumaúma”, afirmou o secretário.

Parceria – Para o reitor da Ufam, Sylvio Puga, a instituição acadêmica quer, com o convênio, preservar a área do Sumaúma, bem como colaborar de forma técnica para diminuir impactos em outras obras executadas na capital amazonense.

“A universidade faz esse acordo com a Seinfra no sentido de prestar a colaboração técnica necessária. O campus universitário (da Ufam) fica situado no maior fragmento florestal urbano da cidade de Manaus. Assim como nós fazemos o dever de casa, de cuidar de uma área de aproximadamente 600 hectares, é também nossa obrigação apoiar as atividades do Governo do Estado que visem preservar áreas como o Parque Sumaúma, e também áreas onde há intervenção, via obras, e claro que necessitam de todo um amparo ambiental”, declarou o reitor.

Ações – O diretor do projeto Sauim-de-Coleira da Ufam, o pesquisador Marcelo Gordo, informou que inicialmente a primeira ação do convênio será a captura dos animais para a realização do cadastramento/monitoramento, via sistema de rádio-telemetria e GPS. “A gente bota um colar com um aparelho de rádio e um outro aparelho de GPS no animal. Saber por onde ele anda, quantos animais são, os locais de travessia, para depois analisar os principais pontos para colocar as passagens de fauna”, comentou.

Marcelo Gordo ressaltou que durante a execução do convênio serão criadas as passagens de fauna para evitar a travessia de animais pela avenida. ”A ideia é que, com o passar do tempo, propicie-se a criação de passagens naturais, usando arvores, mas de imediato, para acelerar o processo para eles não atravessarem pelo chão, e  aumentar a real conectividade do parque da área do parque com a área sul, a gente cria passagens de faunas artificial. São verdadeiras passarelas usando cabos de aço e telas, associado com cipó, conectando as árvores. E com o passar do tempo, os animais vão aprender a usar essas passagens, evitando passar pelo chão”, detalhou o pesquisador.

Recuperação – O secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Marcelo Dutra, destacou que o convênio irá recuperar as áreas afetadas na região do Sumaúma.

“Precisamos construir propostas que façam com que a cidade se desenvolva sem perder a conectividade, sem perder o relacionamento com todos os seres da criação de Deus, principalmente aqueles que são endêmicos e risco de extinção como o saium de Manaus. É um convênio que recupera não só a área do parque, que hoje precisa do reflorestamento planejado com espécies definidas conforme a flora local. Mas também cria hoje uma maior consciência, estrutura da população e da cidade de Manaus para que a gente tenha conectividade e monitoramento para esse animal ameaçado”, destacou Dutra.

Logo após a assinatura do convênio, foi realizada a primeira ação de plantio de mudas para a recuperação de áreas degradadas do Parque Estadual Sumaúma. O convênio assinado é parte das ações comemorativas ao Dia Mundial do Meio Ambiente, realizadas pela Seinfra, nos dias  5, 6 e 7 de junho, no Parque Sumaúma, e que terá como tema “Desenvolvimento com Responsabilidade Ambiental”.

Convênio – O prazo do convênio é de três anos. As instituições procurarão estimular, realizar programas e atividades em conjunto, com vistas à recuperação ambiental das áreas degradadas e implantação de passagens de fauna nas adjacências entre os trechos I e II das obras da avenida das Torres, assim como a recuperação ambiental de áreas degradas na área interna do Parque Estadual (trecho II da avenida as Torres), eixo do entorno do Igarapé do Mindu, indicados pelo grupo de trabalho criado pelo Ministério Público Federal (MPF), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Cepam/ICMBio), além do monitoramento da espécie Saguinis Bicolor (saium-de-coleira),  em conformidade com a legislação vigente.

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