Além de doar dinheiro, a empresa publicará em suas plataformas conteúdo relativo ao vírus
Bianco acrescentou que “a Unicef está trabalhando nesse sentido através de campanhas educativas, mobilização de agentes comunitários nas zonas de maior risco e ações para diminuir a presença do mosquito” Aedes aegypti, o transmissor do vírus.
“Chega no momento certo, estamos muito agradecidos”, porque é necessário iniciar imediatamente campanhas educativas para que a população, especialmente as mulheres em idade reprodutiva, saiba como se proteger de um vírus potencialmente muito perigoso, explicou Donatella Massai, coordenadora da célula da Unicef de resposta à ameaça do zika na região.
Massai indicou que a Unicef quer chegar, com essa campanha a cerca de 200 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe. No continente americano há mais de 134 mil casos suspeitos de zika e 2.765 confirmados, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPS), que advertiu que estes dados são conservadores, já que 80% dos infectados não chegam a desenvolver sintomas. A presença do vírus foi confirmada em 31 países e territórios do continente até agora.
Além de doar dinheiro, o Google publicará em suas plataformas conteúdo relativo ao zika e como prevenir o contágio, ajudará a Unicef a processar dados para “mapear” o vírus e lançará uma campanha de arrecadação.
Outro aspecto do plano é uma aliança com criadores de conteúdos no YouTube para que façam vídeos sobre o zika, que já deu como resultado um programa da Vila Sésamo que ensina as crianças a combater o mosquito e uma série de programas do médico Dráuzio Varella.
“Muitos criadores do YouTube têm uma voz importante e influente na plataforma. Estamos convidando vários deles no Brasil e na América Latina a criarem conteúdo sobre o zika e as medidas preventivas em seus canais no YouTube, para apoiar a concientização”, disse Bianco.
O zika, que é original da África e tem sintomas parecidos à dengue, não existia na América até 2015, quando começaram a ser detectados casos em algumas ilhas do Caribe, mas hoje está presente na maioria dos países.
Brasil e Colômbia são dois dos países com mais casos da doença, que se suspeita que possa estar por trás de um aumento dos casos de crianças nascidas com microcefalia e também da síndrome neurológica de Guillain-Barré. O Google lançará também uma campanha interna de arrecadação de fundos, com o objetivo de fornecer à Unicef e à Organização Pan-Americana da Saúde (OPS) mais US$ 500 mil.
Além disso, uma equipe de voluntários do Google, composto por engenheiros, designers e cientistas de dados, está ajudando a Unicef a processar dados de diversas fontes para rastrear o potencial risco de um surto de zika em diferentes zonas geográficas, com o objetivo de otimizar o uso dos recursos dos organismos e dos governos para combater o vírus.
“Acreditamos que a tecnologia pode ter um papel importante na solução de problemas. Por este motivo, quando interviemos em casos como este, ou como com o ebola ou na crise de refugiados na Europa, tentamos identificar o que o Google pode oferecer como empresa tecnológica além da contribuição econômica”, ressaltou Bianco.
Fonte: Época