Fundação de Medicina Tropical e Instituto Butantan iniciam testes da vacina contra a dengue, em Manaus

Fundação de Medicina Tropical e Instituto Butantan iniciam os testes da vacina contra a dengue, em Manaus. O estudo prevê a vacinação de 1,2 mil voluntários.

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A vacina contra a dengue foi desenvolvida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, com o apoio do Ministério da Saúde (MS). A Fundação de Medicina Tropical Dr Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) é um dos 14 centros de pesquisa escolhidos, no Brasil, para executar esta, que corresponde à terceira e última fase dos estudos sobre a vacina, antes que ela seja submetida à Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) para registro.

O estudo prevê a vacinação de 1,2 mil voluntários, em Manaus, que vão ser acompanhados por um período de 5 anos, para verificar a eficácia e a duração da proteção da vacina.

De acordo com o Instituto Butantan, moradores em Manaus estão sendo convidados a participar do estudo por agentes comunitários ligados à FMT-HVD, que visitarão residências em áreas previamente definidas com base em critérios como o perfil epidemiológico das áreas. A instituição é uma das 14 credenciadas para a realização dos testes clínicos no país. Ao todo, 17 mil voluntários de todo o Brasil devem receber a imunização, em 13 cidades. A previsão é que os 1,2 mil voluntários estejam todos vacinados em até um ano.

O diretor de ensino e pesquisa da Fundação de Medicina Tropical, Marcus Lacerda, destaca que os voluntários serão escolhidos por sorteio, dentre os pacientes acompanhados pela equipe da UBS Arthur Virgilio Filho, no bairro Amazonino Mendes, no bairro Amazonino Mendes, na zona Norte da capital.

“A equipe da UBS tem o mapeamento de toda a população em torno da Unidade e o critério de sorteio é para evitar que os voluntários escolhidas já tenham sido pacientes de dengue muitas vezes e que, certamente, teriam maior interesse em participar do estudo. Os sorteados que se propuserem a participar dos testes assinarão termo de livre consentimento, com todas as informações sobre o processo de acompanhamento, riscos e benefícios. E as crianças só serão inclusas na pesquisa, quando tivermos certeza de sua eficácia, comprovado entre os adultos”, disse Lacerda.

Não podem participar grávidas, pessoas que sofrem de doenças crônicas – como o câncer -, que estejam em tratamento com quimioterápicos, altas doses de corticóide ou outras situações de baixa imunidade.

De acordo com o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, podem ocorrer efeitos colaterais durante esse período de testes da vacina, mas nada que possa assustar. Ele explicou que a vacina já apresenta até 90% de eficácia com os testes realizados em São Paulo e em outras capitais do país.

“Nós não observamos nenhuma reação adversa considerada preocupante, como por exemplo, quando causa algum problema no fígado em primeiro lugar, onde geralmente dá, ou no rim, no cérebro ou coração”, esclareceu Jorge Kalil.

Nesta quinta-feira (30), 3 voluntários receberam a vacina contra a dengue e serão monitorados. O soldador Josenildo da Silva disse que aceitou ser voluntário para colaborar com a prevenção da doença.

“Eu nunca tive dengue, mas isso vai servir como uma prevenção né”, declarou o soldador.

Embora o acompanhamento dos voluntários deva se estender por 5 anos, é possível que os resultados parciais do estudo permitam solicitar o registro da vacina na Anvisa antes disto, e a vacina possa ser disponibilizada à população pelo Ministério da Saúde em 2 ou 3 anos.

Segundo dados da Vigilância em Saúde, neste ano, o Amazonas tem notificados 10,6 mil casos de dengue, sendo 6 mil na capital.

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