Farra de celulares tem conivência de agentes carcerários e regalias para “xerifes” são facilitadas por diretores, afirma Policial Militar

19/03/13 – Policial Militar denuncia que farra dos celulares, no sistema prisional do Amazonas tem a conivência de agentes carcerários. Ele aceitou falar para a CBN Manaus com a voz modificada por computador (acompanhe nesta quarta-feira – 20 , a partir das 8h, no programa CBN Manaus). O PM afirma, também, que regalias para os chamados ‘xerifes’ das prisões são facilitadas por diretores dos presídios.

O policial diz que resolveu falar por conta das humilhações que os membros da corporação sofrem, diariamente, dentro dos presídios. De acordo com ele, os presos fazem chacotas, ameaças e a sociedade acha que celulares e outros objetos só entram no sistema prisional com a ajudada de policiais militares.

“O que indigna a gente é saber que, muitas vezes, por não saber do que acontece lá dentro, a sociedade acaba culpando as pessoas erradas. A Polícia Militar apenas garante que os agentes penitenciários façam as revistas com segurança. É aí que está a grande falha! Se está entrando celular nas unidades, isso só pode estar sendo facilitado por alguém, e essas pessoas são aquelas que têm contato com os detentos. Me causa repúdio saber que, na ala feminina da unidade prisional, foram encontrados 66 celulares!”

O policial denuncia que existem celas nos presídios que são transformas em quartos, com tudo o que há de melhor.

“Celas são transformadas em verdadeiros apartamentos e, muitas vezes, tem mais coisas, mais conforto do que quartos de policiais ou do que qualquer cidadão que trabalha todo dia. Tem televisão de LCD na parede, cama de casal, frigobar. Não tem ar-condicionado, porque anda não conseguiram, mas ventilador tem. E ventilador bom.”

Segundo o policial, todas as mordomias nos presídios são de conhecimento dos diretores,  que permitem as regalias para manter os locais sem rebeliões.

“Há alguns dias, dois presos considerados líderes foram transferidos para presídios federais. O Zé Roberto e “Copinho”. E o que o Zé Roberto falou, antes de ir, é a mais pura verdade. Muitas vezes, não acontece coisa pior nos presídios, porque eles tem um certo controle dos detentos daquela unidade. Mas, para que eles façam isso, há uma certa parceria entre eles e o diretor do presídio, porque, como é que um preso vai ter conforto e regalia dentro de uma unidade prisional, se não for do conhecimento do diretor?”, argumenta. “A não ser que o diretor não saia da sala dele para nada. Fique lá dentro. Aí, sim. Aí a culpa seria dos agentes penitenciários e  funcionários da empresa terceirizada!”

A Secretaria de Estado da Justiça e Direitos Humanos (Sejus) foi informada das denúncias, mas, até o momento, não fez nenhum comentário.

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