Operação Traíra: ex-deputado estadual é suspeito de comandar esquema que desviou mais de R$5 milhões dos cofres do Estado

A Operação “Traíra”, deflagrada pelo Ministério Publico Estadual (MPE) em dezembro do ano passado, concluiu, na primeira fase da investigação, que o ex-deputado estadual Walzenir Falcão (PR), era o chefe do esquema criminoso que desviou, no período de 2012 e 2014, quase R$ 6 milhões de convênios firmados entre a Federação de Pescadores dos Estados do Amazonas e Roraima (FEPESCA) – entidade presidida por Walzenir -, e a Secretaria de Trabalho do Estado do Amazonas (SETRAB), conforme destacou o coordenador do Grupo de Combate ao Crime Organizado do Ministério Publico Estadual (GAEC), Promotor Mauro Veras.

“O ex-deputado, Sr. Walzenir Falcão era o coordenador de todo esse esquema!”

Ao todo, são 10 pessoas denunciadas pelos crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. O promotor de justiça Alessandro Samartin, disse que, no curso das investigações, foi constatado que o dinheiro fornecido pelo Estado para a capacitação de pescadores no Interior era desviado para contas bancárias de terceiros. Os valores eram sacados posteriormente pelo ex-deputado, apontado como chefe do esquema.  Empresas de fachada eram usadas para a emissão de notas fiscais fraudulentas.

“Nós identificamos que, não só a FEPESCA foi destinatária de notas fiscais dessas empresas que são de fachada e fictícias. Infelizmente, no momento, eu não posso revelar quais são, mas eu garanto que é muito maior do que o da FEPESCA. Imagine você receber R$ 1 milhão na sua conta e, em dois dias, conseguir gastar tudo isso. Acho que é algo surreal e inimaginável, dentro de uma realidade de uma realidade de normalidade.”

O MPE pediu a prisão preventiva de todos os envolvidos no esquema, mas Justiça indeferiu o pedido. O órgão não abre mão de que os indícios são fortes e a prisões se fazem necessárias.

O Ministério Público não descarta a possibilidade do dinheiro ter sido usado para financiar campanhas no Interior do Estado

“As evidências demonstram que realmente esse dinheiro tem toda a possibilidade de ter sido usado na campanha eleitoral, em 2012, seja pela proximidade do repasse com a eleição, seja pelo uso de vários cheques por pessoas não identificadas, seja pela apresentação de notas fiscais falsas de empresas pra encobrir esses pagamentos.”

À reportagem da Rede Tiradentes, a FEPESCA informou que não teve acesso às informações apresentadas nessa quinta-feira pelo MPE, por isso, vai aguardar a comunicação do órgão para se posicionar oficialmente e apresentar a defesa

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