Entidade policial sai em defesa de delegado e responsáveis por tumultos poderão responder por quebra-quebra em delegacia de Caapiranga

A Associação dos Delegados de Polícia do Amazonas (Adepol), se manifestou, nessa quinta-feira (23), sobre os acontecimentos da noite da última terça-feira (22/8), envolvendo o delegado de Polícia do município de Caapiranga-AM, Sinval Barroso.

O titular da Delegacia de Caapiranga, juntamente com os policiais da unidade, foi atacado por moradores, em um acesso de fúria que acabou resultando em quebra-quebra das instalações da delegacia, por parte dos moradores de cidade, enfurecidos pela decisão da autoridade policial de, no cumprimento da lei, resguardar a integridade de uma mulher presa, ameaçada de ser linchada. Acusada de tráfico drogas, a mulher é suspeita do desaparecimento de um rapaz. O tumulto terminou com a morte de uma pessoa e várias outras feridas.

Por meio de Nota, a entidade prestou sua solidariedade ao Delegado e aos policiais e afirmou que tomará todas as providências que o caso requer.

Confira a Nota:

 

Por meio de Nota, o Ministério Público também se manifestou sobre os acontecimentos em Caapiranga:

Nota Caso/ Caapiranga – O Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) informa que, com relação aos atos de vandalismo praticados por manifestantes na cidade de Caapiranga, a 134 km de Manaus, o MP-AM atuou, por meio do Promotor de Justiça Daniel Amazonas, titular da Promotoria de Justiça de Caapiranga, na tentativa de conter os ânimos da população e evitar uma tragédia ainda maior.
De acordo com o Promotor, na manhã desta quarta-feira, 22 de agosto, ele foi chamado pelo delegado à delegacia da cidade para negociar com centenas de manifestantes que queriam invadir o local e linchar um homem e uma mulher, suspeitos de terem cometido o homicídio de um rapaz.
O Promotor tentou negociar com a população, a fim de que a polícia pudesse dar continuidade à investigação do assassinato e os manifestantes se afastassem da delegacia, porém, mais de 200 pessoas que eram instigadas por um grupo de 20 populares insistiam em invadir a delegacia para retirar os dois suspeitos.
A situação, que já era tensa, ficou descontrolada por voltas das 17 h, quando a multidão tentou invadir a delegacia atirando pedras. Os policiais deram tiros de advertência e daí, começou a troca de tiros entre manifestantes e policiais. “Eu estava no pátio da delegacia, jogaram um tijolo na minha direção, aí eu vi que começou aquela chuva de pedras, um policial deu um tiro para o chão, outro um tiro pra cima. Os policiais começaram a atirar pra se defender, não agiram de forma açodada. Foi meia hora de troca de tiros, a própria segurança institucional do MP foi lá, me resgatou, e confirmou que encontraram cápsulas de rifles, balas do outro lado que também atirou, mas o estrago foi grande, destruíram a delegacia”, relatou o Promotor.
Após a troca de tiros, populares ainda tentaram incendiar a delegacia jogando bombas caseiras, também fizeram barricadas para impedir a saída de quem estava no prédio.
Depois que a situação foi controlada com reforço policial, o Promotor de Justiça Daniel Amazonas foi trazido para Manaus, escoltado por policiais da segurança institucional do MP-AM, às 2h da manhã desta quinta-feira, 23 de agosto. O Promotor foi atingido por uma pedra, mas não se feriu e passa bem.
A Procuradoria-Geral de Justiça acompanha a investigação da polícia para tomar as medidas necessárias com relação a esse lamentável episódio de violência e vandalismo.
Manaus, 23 de agosto de 2018

 

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