Em tribuna popular, vereadores pedem atenção especial à pessoas diagnosticadas com autismo

MANAUS, 07/04/21
VEREADOR DAVID REIS (AVANTE) PRESIDE TRIBUNA POPULAR SOBRE A CONSCIENTIZACAO DO AUTISMO.
PROPOSITURA DO VEREADOR FRANSUA (PV)
FOTO: ROBERVALDO ROCHA / CMM

– (foto: Robervaldo Rocha – Dircom/CMM)  – O plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM) se encheu de azul, cor símbolo do autismo, na manhã de quarta-feira (07/4), durante a realização da Tribuna Popular de autoria do vereador professor Fransuá (PV), que discutiu políticas públicas e melhorias na atenção às pessoas com o espectro autista.

O evento, que faz parte da celebração do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, comemorado em 2 de abril, contou com a presença da advogada Alice Sobral, presidente da Comissão de Proteção aos Direitos das Pessoas com deficiência da OAB-AM.

Segundo Fransuá, a cada 35 pessoas no mundo, uma é autista, um dado impressionante e que requer maior atenção do poder público para discutir como tratar e conduzir essas crianças no ambiente escolar e na família. “As famílias sofrem muito porque não existe muita informação sobre o tema, e antes tratávamos esta síndrome como loucura, que não ajudava em nada e hoje temos como diagnosticar”, explicou o parlamentar.

Apesar do dado apresentado pelo vereador Fransuá, a doutora Alice Sobral alerta para a falta de estudos mais aprofundados sobre o transtorno no Amazonas, que não possui nenhum levantamento sobre o número de pessoas autistas. “No Brasil não existem informações oficiais sobre o número de autistas no pais, e quando falamos do Amazonas é mais complicado. É preciso avançarmos nessa área para que tenhamos dados concretos e ações que mais efetivas”.

A advogada pediu ainda que a CMM, proponha a criação de um centro de atendimento para adolescentes e adultos com autismo. “O que percebemos é que existe um atendimento para crianças com transtorno do espectro autista, porém essa atenção para adolescentes e adultos é inexistente, e peço que os nobres vereadores possam colaborar com essa ideia”, solicitou durante seu discurso.

A dificuldade de diagnosticar e criar dados oficiais de pessoas com autismo também foi destacada pelo vereador Elissandro Bessa (Solidariedade), que relatou o problema enfrentado pelas famílias em situação de vulnerabilidade social. “Em nossas visitas vemos pais que nem sabem que o filho tem autismo, e muitas dessas crianças apanham por serem diferentes, e esse é o triste cenário que encontramos”, registrou o parlamentar.

O presidente da Comissão de Saúde da CMM, vereador Daniel Vasconcelos (PSC) elogiou os pais de crianças autistas e afirmou que eles são verdadeiros heróis por deixarem suas vidas de lado para dar atenção exclusiva para os filhos. “Eu sei da dificuldade desses pais, o esforço que eles fazem ao se anular para viver a vida de suas crianças, e isso é algo tão lindo, portanto, é preciso criarmos mais políticas públicas para ajudá-los nesse processo”, disse.

Para a vereadora professora Jacqueline (Podemos) é importante criar a cada dia, mais alternativas para ajudar na inclusão de autistas, e que para isso, ela propôs, que seja criado o cargo de acompanhante nas escolas, para alunos com algum tipo de síndrome ou transtorno. “É uma lei federal, e precisamos criar aqui em Manaus. É algo que mexe com o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, mas é preciso avançar nesse sentido”, afirmou.

Censo

 Em 2019, o presidente Jair Bolsonaro sancionou a Lei 13.861/2019, que obriga a inclusão, nos censos demográficos, de informações específicas sobre pessoas com autismo. Atualmente, não existem dados oficiais sobre as pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) no Brasil.

O Transtorno do Espectro Autista resulta de uma desordem no desenvolvimento cerebral e engloba o autismo e a Síndrome de Asperger, além de outros transtornos, que acarretam modificações na capacidade de comunicação, na interação social e no comportamento. A estimativa é que existam 70 milhões de pessoas no mundo com autismo, sendo 2 milhões delas no Brasil.

 

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