Em entrevista exclusiva à Rede Tiradentes, Melo faz balanço da crise de 2016, anuncia investimentos para 2017, ataca inimigos e afaga amigos

governador-jose-melo-300x200

Anúncio de investimentos no Estado, em 2017, apesar da crise; auto-crítica sobre decisões políticas que levaram o Estado a desgastes políticos e administrativos; críticas aos adversários que, segundo ele, atrasaram a vida do Estado, em 2016 e elogios ao ex-governador e amigo Amazonino Mendes e uma declaração de amor e respeito à primeira- dama Edilene Melo, marcaram a entrevista exclusiva de fim de ano, dada hoje (13), pelo governador José Melo (PROS), a Ronaldo Tiradentes, no Programa “Manhã de Notícias”.

Fazendo um “balanço! de 206, o governador afirmou que teve de administrar o Estado num país “em queda livre” e que teve lutar para garantir o mandato dele, por conta de um processo do adversário Eduardo Braga (PMDB-AM), na Justiça Eleitoral, com base em mentiras.

Segundo Melo, apenas para se ter uma idéia do que ele teve de enfrentar para reorganizar o Estado, havia 9 mil pessoas que ocupavam cargos nos “cabides de emprego”. Sobre o excesso de cargos de confiança e todas os outros problemas, afirmou que teve de tomar decisões duras, mas equilibradas.

O governador disse que, apesar dos problemas, chega ao final do ano pagando todas as contas com fornecedores e mantendo rigorosamente os salários e o 13º do funcionalismo.

Melo destacou o esforço hercúleo para manter a Saúde funcionando, mas afirmou que o Amazonas chega ao final do ano entre os três Estados do país com melhor equilíbrio financeiro.

Sobre o embate que enfrenta contra o senador Eduardo Braga em Brasília, pelo mandato, Melo afirmou que a assessoria dele vai rever as nulidades dos dois processos contra ele, que, para o governador, são baseados em conjecturas. O governador revelou que um dos processos já foi arquivado.

Falando sobre o esforço que teve de fazer para manter o mandato até agora, Melo disse que Eduardo e Arthur vivem no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília fazendo pressões pela cassação dele. O governador classificou a relação dele com Artur como institucional.

Falando sobre as amizades mais próximas, o governador disse que o senador Omar Aziz (PSD), que era amigo dele, foi injusto. Segundo Melo, depois que ele começou a tomar medidas duras no governo, o senador Omar começou a se afastar, mas disse que ele e o governo estão “acima dessas coisas.”

Comentando o aparecimento do prefeito Artur Neto (PSDB-AM) nas investigações da Operação “Lava Jato”, Melo ironizou; disse que “foi um castigo de Deus!” e que “nunca viu tanto crime eleitoral como na última eleição.”

Aproveitou para – numa referência ao aumento das obras da prefeitura apenas durante o período eleitoral – criticar o sumiço dos tratores das ruas, e afirmou que, enquanto a campanha de Artur foi apenas de promessas, a dele – Melo – foi de propostas.

Sobre o imbroglio Proama, o governador afirmou que o programa “Foi um erro desde o início!” e que espera ter o Proama de volta para a administração do Estado. O governador disse que espera o cumprimento do acordo ente a prefeitura e a concessionária Águas para Manaus e que “não feche as torneiras de cerca de 600 mil pessoas em Manaus!”. Melo disse, ainda, que vai colocar o Ministério Público (MP) na cola dos envolvidos; classificou o acordo como um “arranjo” entre as partes e que “vai tirar a empresa do comando do abastecimento de água em Manaus.”

Sobre o relacionamento arranhado com a Polícia Militar, o governador não descartou a possibilidade de promoções; disse que, no momento, a Lei de Responsabilidade impede o aumento, mas que vai fazer as promoções e um reajuste escalonado para a corporação, em 2017. Melo descartou, “pelo menos no momento”, mudanças no comando da PM.

Instigado pelo entrevistador Ronaldo Tiradentes, sobre os desgastes da administração, este ano – a Operação “Maus Caminhos” e o Caso Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) – Melo afirmou que “todas providências legais foram tomadas e que o governo tem colaborado com as investigações e dado todas as informações ao Ministério Público Federal (MPF) e à Controladoria Geral da União (CGU).  Segundo o governador, “o pecado do Governo foi falhar, não ter o controle e o acompanhamento do processo.” Melo também afirmou que está criando “uma nova Superintendência da Saúde (Susam), capaz de controlar e fiscalizar melhor o setor. Disse ainda que não fechou nenhuma unidade de saúde e destacou investimentos de mais de R$ 19 milhões no Cecom.

Sobre o Caso Afeam, onde são investigados desvios de recursos públicos, o governador disse que a “lezeira” do governo foi aplicar R$ 20 milhões sem ficar atento à empresa envolvida, mas afirmou que já trocou a diretoria e vai que fazer nova eleição para os cargos de direção.

Sobre a eleição para a presidência da Assembléia Legislativa do Estado (Aleam), que influencia no apoio ao governo, o governador disse que tem tido o apoio dos deputados,  que o governo conta com quatro candidatos da “base aliada”, que “tem tido reuniões e pedido a manutenção da unidade da base.”

Ainda sobre a economia do Estado, o governador voltou na alfinetar o adversário Eduardo Braga e disse que está tendo de “pagar a conta da construção de obras como a Ponte Rio Negro, o Prosamim e a Arena da Amazônia.

Falando sobre as previsões para 2017, Melo afirmou que “se permanecer como está hoje, o primeiro semestre será de dificuldades. Ainda não chegamos ao fundo do poço!” afirmou. Segundo ele, a queda da arrecadação e da produção industrial impactaram enormemente o ano, mas, a previsão é de que, a partir de junho, o Estado possa crescer. Melo garantiu, porém, que já tem “dinheiro no caixa para investimentos: R$ 300 milhões depara a construção de escolas, R$ 300 milhões para a cidade de Manaus, para a conclusão da Avenidas das Flores, da recuperação da AM 070 – a rodovia Manaus-Itacoatiara; para as obras de duplicação das estradas que ligam Manaus a Manacapuru e Rio Preto da Eva e para investimentos na aquisição de equipamentos de ponta da Saúde.

Ainda sobre a agenda positiva para o ano que vem, o governador afirmou  que o governo tem, garantidos, R$ 150 milhões para o Interior, para a construção e recuperação de estradas vicinais e para o implemento do setor pesqueiro.

Segundo Melo, o governo também tem obras prontas para serem inauguradas no Interior. Em Manaus, disse, o Hospital do Sangue, que deve receber novos recurso de emendas parlamentares, deve ser inaugurado até o final de 2017.

Sobre a fiscalização das obras, o governador afirmou que o Portal da Transparência do Governo do Estado é “arreganhado”.

Perguntado para quem mandaria um panetone neste natal, o governador foi taxativo sobre alguns possíveis destinatários: para o senador Omar, “Não!” . Ao falar de Amazonino, Melo foi carinhoso. Disse que o ex-governador foi o mestre dele; que Amazonino Mendes é um político perfeito, que consegue fazer com que as pessoas se apaixonem por ele e que ele o  Alfredo mandariam, sim; um panetone com tucumã para o amigo.

Sobre o senador Eduardo Braga, que briga com Melo pelo governo do Estado, disse que o adversário “tem que ganhar mesmo é a Operação Lava Jato!”

Sobre o prefeito Artur Neto, o governador preferiu não fazer comentários; sobre o presidente Michel Temer, Melo disse que, com Temer, está conseguindo resolver muitas coisas importantes para o Estado no governo dele, portanto, sim, merece um panetone.

Finalmente, sobre a primeira dama Edilene Melo, afirmou que ela ganha não apenas um panetone, mas o coração dele e, sorrindo, disse que “com ajuda daquela pílula mágica”, até o amor.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *