O número de casos confirmados de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti em Manaus caiu 28,94% entre janeiro e outubro deste ano. Ao todo, foram contabilizados 297 casos em 2019, contra 418 no mesmo período do ano passado, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) – que iniciou um levantamento em todas os bairros da cidade na segunda-feira (4).
Um estudo realizado em fevereiro apontou um índice de 2,2% de infestação do Aedes, considerado médio risco para as doenças transmitidas pelo mosquito. Durante o segundo levantamento, que será finalizado no dia 19 de novembro, mais de 250 agentes devem visitar 27.997 casas – cerca de 20% de cada bairro.
As visitas são como vistorias em que os agentes verificam possíveis criadouros do mosquito, como tanques de água e plantas. As casas visitadas são identificadas com pequenas bandeiras colocadas na entrada de cada imóvel.
“Nosso objetivo maior é adentrar nesses imóveis e coletar larvas do mosquito. Esse é o objetivo maior nesse momento, que é do levantamento de índice. Para a gente mensurar como está a situação em Manaus. A partir disso a gente faz um plano. A partir desse plano nós vamos alinhar o que vamos fazer de acordo com os tipos de depósitos que a gente fez a coleta”, explicou Alciles Comape, chefe do Núcleo de Controle da Dengue em Manaus.
O levantamento começou no bairro São Raimundo, na Zona Oeste da capital, e deve seguir para o bairro Compensa.
De acordo com o site Biologia Net, especializado em doenças, o mosquito Aedes aegypti é o vetor de diversas doenças causadas por vírus, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Ao picar uma pessoa doente, o mosquito é infectado e pode transmitir a doença a uma pessoa sadia. No entanto, alguns estudos mostram que há casos de mosquitos que já nascem infectados pelo vírus da dengue, o que pode desencadear um grande problema de saúde pública.
→ Dengue
- Sintomas: Na dengue clássica, o indivíduo apresenta febre alta, dores musculares e articulares, dores na cabeça e nos olhos, fotofobia (aversão à luz), inflamação na garganta, manchas avermelhadas e coceira na pele.Na dengue hemorrágica, após a fase febril, os sintomas agravam-se, ocorre a queda da pressão arterial, aumento do tamanho do fígado e hemorragias, principalmente na gengiva e intestino.
Os sintomas variam entre os indivíduos infectados e, no caso da dengue clássica, podem desaparecer dentro de uma semana. O acompanhamento médico é essencial para verificar o agravamento da doença.
→ Chikungunya
- Sintomas: apresenta em seu quadro clínico febre alta, cefaleia (dor de cabeça), mialgia (dor nos músculos), dor lombar, náuseas, vômitos, conjuntivite e calafrios. No início, pode ser confundida com as demais doenças causadas pelo Aedes aegypti, principalmente a dengue, no entanto, causa fortes dores nas articulações, que podem perdurar por meses.
→ Zika
- Sintomas: O indivíduo apresenta febre baixa, conjuntivite não purulenta, dor de cabeça, vômitos, diarreia, dor abdominal e dor e inflamação nas articulações menos intensas que as ocasionadas pela chikungunya.Os sintomas desaparecem em até sete dias. Deve-se ter uma atenção especial em relação à zika, pois ela está relacionada com casos de microcefalia em recém-nascidos e com o desenvolvimento da síndrome de Guillain-Barré, além de outras complicações neurológicas.
→ Febre amarela
- Sintomas: Os principais sintomas são febre, indisposição, vômito, dor no estômago e lesões no fígado, o que torna a pele amarelada (icterícia). No entanto, pode apresentar-se de forma branda e, até mesmo, assintomática.
Tratamento: Se o indivíduo apresentar os sintomas dessas doenças, é importante procurar atendimento médico para avaliação, acompanhamento e tratamento adequado. Geralmente o tratamento consiste em hidratação, repouso e em medicações que aliviam os sintomas. No entanto, principalmente nas formas mais graves das doenças, pode ser necessária a internação e um tratamento mais intensivo, pois essas doenças podem causar a morte.
Prevenção: A melhor forma de prevenção é o combate ao mosquito. Para isso, é necessário eliminar todos os focos de água parada, pois este é o ambiente onde o mosquito reproduz-se. Repelentes, uso de roupas de mangas compridas e calças, além da colocação de telas nas casas, podem evitar a ação dos mosquitos.
Foram detectados casos em que o vírus da zika foi transmitido da mãe para o feto. Em casos de sintomas em gestantes, o médico deve ser informado para um acompanhamento adequado. Foi detectada a transmissão também por meio de relação sexual, assim, faz-se necessário o uso de preservativos.
Em relação à febre amarela, existe a vacina que faz parte do calendário nacional de vacinação. A primeira dose deve ser tomada aos nove meses de idade. O adulto que não tomou essa vacina e mora ou vai viajar para áreas onde há a recomendação para a vacinação deve fazer a imunização.