Descumprimento de acordo por empresários motivou movimento de rodoviários que deixou milhares de usuários sem ônibus, nessa quinta. Nova paralisação não está descartada.

A população foi mais uma vez surpreendida, na tarde dessa quinta-feira com mais uma paralisação dos motoristas e cobradores do sistema de transporte coletivo da capital por quase duas horas.

Trabalhadores rodoviários decidiram para bem no terminal da Constantino Néry – O T1. Segundo eles, além do atraso do pagamento, foram depositados apenas 20% do salário referente ao mês de junho, como explicou o vice-presidente do Sindicato da categoria, Josenildo Oliveira.

“Era dia 5 o pagamento, hoje é dia 2 e ‘caiu’ só 20% de salário, ainda atrasado! Hapvida (plano de saúde) cortada. Tem vários funcionários com cirurgia marcada, mulheres de funcionários, que é descontado o dinheiro do motorista para a empresa repassar pra Hapvida e não rapassa. Coloca no bolso. Isso crime!! Não pode fazer isso com os trabalhadores.”

A paralisação deixou os passageiros sem entender nada. Muitos nem sabiam o que estava acontecendo, como a dona de casa Suely Gomes.

“Cheguei aqui, parou tudo. Ninguém sabe o que aconteceu!? Tão falando que é greve, a gente vai ter que esperar até um pouco mais pra saber o que vai acontecer. Estamos aqui ‘de cara pra cima, olhando pro tempo’,  né? Nossa cidade ‘tá’ ‘entregue às baratas’ mesmo!?”

A atendente Edna Sena também tentava entender porque os ônibus estavam parados.

”Pegam a gente de surpresa, não avisam nada, né? É esperar, né? Ter paciência e esperar!”

Alguns passageiros, do lado de fora do terminal, tiveram de seguir  a pé. Outros resolveram esperar dentro dos coletivos, assim como o caseiro Deunício Ferreira, que precisava ir para um local distante.

“Pra ir a pé daqui pra casa, pro Santa Etelvina!? (risada), … Já pensou? Ninguém sabe nem de horário, que hora vai começar ou não?! É ruim, né?”

Depois de ouvir as reclamações dos motoristas, o vice-presidente do sindicato pediu que a categoria voltasse a circular e, aos poucos,  os coletivos foram deixando o Terminal 1.

”Em respeito à população de Manaus, vou conversar agora com os trabalhadores para voltar às 17 horas pra não deixar o povo na rua. Em respeito à população de Manaus – não aos empresários, que  não têm respeito nenhum! – … São uns canalhas, porque ‘faz’ isso com a categoria hoje! Estamos com aluguel atrasado, conta atrasada … pensão alimentícia, que a empresa desconta dos trabalhadores e não repassa pras mulheres ”

Segundo a categoria, nada do que foi acordado na última greve foi acertado foi cumprido pelas empresas e os rodoviários não descartam uma nova paralisação a qualquer momento, caso as empresas continuem desrespeitando o acordo.

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