19/04/13 – Acusados pela Justiça, alvos da operação ‘Presente de Grego’, realizada esta semana, pela Polícia Civil, moraram na residência da universitária Roberta Souza, que, na última quarta-feira (18), denunciou, por meio da Rádio CBN Manaus, o que teria sido comportamento incompatível com a lei, por parte do delegado que comandou a operação, Rodrigo Sá. Nesta sexta-feira (19), o delegado exerceu o direito de resposta e se defendeu. “Somos pautados pelo profissionalismo! A execução de toda essa operação, precedida de uma investigação de nove meses, denota todo o profissionalismo da Polícia Civil, hoje.”
Segundo o delegado, a operação chegou à residência de Roberta, porque foi apontada nas investigações. “Existia uma pessoa que estava sendo procurada e o mandado de busca e apreensão para aquela residência. No momento da execução do mandado, o endereço foi confirmado de antemão, por fotos da fachada da casa, confirmadas inclusive com a dona da casa.”
Rodrigo Sá negou que os policiais tenham chegado à residência da universitária às 5:40 h, quando o horário legal para esse tipo de abordagem é às 6h. “A abordagem não foi às 5h40 da manhã, até porque nós saímos da base, na zona Oeste da cidade, às 5h35, e nos deslocamos até a zona Norte, numa velocidade baixa, até para que se chegasse às 6h, no raiar do dia.”
Rodrigo Sá negou que os policiais tivessem agido com grosseria no portão da residência. “Batemos a porta durante cerca de cinco minutos, sem obter resposta, então posicionamos um policial para ficar no muro, para que, se fosse necessário, pudéssemos adentrar. E isso o Código de Processo Penal (CPP), a nossa legislação permite que se faça o uso da força necessária e razoável para cumprir o mandado. Não houve essa necessidade!”
O delegado afirmou que alguns investigados, que já estão presos, têm relação de parentesco com a universitária e com o pai dela. “Durante a investigação, foi constatado que, nesse endereço, moravam as pessoas relacionadas ao alvo – Carlos José Moreira de Brito. Esse Carlos tem três filhos, dentre eles, o Leandro, que está preso. Os outros filhos do Carlos são Aline e Alessandra, que já moraram na casa de Roberta. O tio dela, José Fernando, é casado com a mãe da Aline, da Alessandra, e do Leandro, que está preso.”
Rodrigo Sá negou que Roberta tivesse sido impedida de fazer uma ligação telefônica para o advogado, como garante a Constituição Federal. “De forma alguma! Os celulares, hoje, são objetos quase que naturais de apreensão, para não haja o uso aleatório desses telefones. No momento oportuno, é franqueada a oportunidade dessa pessoa fazer a ligação, o que foi feito. Tanto que ela ligou para o pai e para o advogado.”
O delegado justificou o uso do veículo de propriedade a universitária para o deslocamento de membros da equipe policial até a rodoviária municipal, onde todos foram esperar o pai da universitária que seria um dos alvos dos mandados de prisão. “O carro foi apreendido. Nós estávamos numa investigação de falsificação de veículos, de documentação, roubos de veículos, então era mais do que natural a apreensão desse veículo. Ou o investigador conduzia esse veículo, ou ele era guinchado!”
A operação “Presente de Grego”, que corre em segredo de justiça e prendeu 23 pessoas acusadas de tráfico de drogas e roubo e falsificação de documentos de veículos.