O atual ministro da Fazenda, Eduarda Guardia, recebe o economista Paulo Guedes, que assumirá, no governo de Jair Bolsonaro (PSL), o recém-criado Ministério da Economia
Uma declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quarta-feira (17/4), sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM), deixou empresários e políticos do Amazonas ainda mais preocupados sobre os destinos da Zona Franca (ZFM), e irritou o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Omar Aziz (PSD),
Em entrevista à Globonews, após reafirmar ou que não vai mexer com a ZFM, o ministro . Respondendo à jornalista Mírian Leitão
Em tom de deboche, Guedes devolveu a pergunta. “Mas olha que coisa linda! Olha que coisa linda que você ta dizendo: você vai mexer na Zona Franca de Manaus? Não! Eu vou mexer na ZFM. Tá na Constituição, ta lá! Agora, e se os impostos caíssem todos pra zero? Eu não mexi na ZFM!
– Míriam: “ … aí economizou R$ 25 bilhões?”
– Paulo Guedes – “eu não! Não economizei! Eu simplifiquei! Quer dizer que o Brasil agora, não pode ficar mais eficiente bem ferrado, porque tem que manter … Agora isso quer dizer que eu não vou simplificar impostos no Brasil, porque, se não?! Quer dizer que o Brasil agora, não pode ficar mais eficiente bem ferrado, bem desarrumado, porque se não, não tem vantagem pra Manaus!?
Confira vídeo:
Nesta quinta (18), o senador Omar Aziz (PSD) foi enfático ao falar sobre as declarações. “Eu alertava, como candidato ao governo, esse problema que iríamos enfrentar e estamos enfrentando nesse momento. É a primeira vez que eu vejo o ministro da Economia ou da Fazenda, fazer uma declaração tão forte como essa em relação à Zona Franca, e ainda tendo como âncora uma inimiga da Zona Franca como a Míriam Leitão, que faz constantemente críticas à Zona Franca. Ela coloca hoje quase R$ 25 milhões. Ora, um telefonema do Bolsonaro, se perdeu R$ 32 bilhões da Petrobras, quase uma Zona rança e meia”, rebateu.
O senador alerta: “O Brasil pode perder, nos próximos meses, mais de 25 mil empregos no Distrito Industrial, porque a Organização Mundial do Comércio (OMC) não reconhece a desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Importados) dos bens de informática. Reconhece só p’ra Zona Franca e escreve na sua declaração que é por causa da floresta. Agora, vem uma ‘cara desse’, que não tem compromisso com o Brasil, tem compromisso com os banqueiros, é originário de banqueiro, que só pensa no lucro, não no social, porque, se pensasse no social, nunca colocaria na Reforma da Previdência o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e a aposentadoria rural.
“O presidente Bolsonaro não entende da matéria. No final, ele vai ouvir o ministro da Economia, sim!”, afirma Omar, condenando as declarações.
“Esse é o momento mais crucial que estamos passando, por causa da escola econômica do senhor Paulo Guedes. Ele tem que entender que isso tem uma importância econômica não só para o Amazonas como para o Brasil. Nós vamos deixar de gerar empregos aqui no Brasil pra ir gerar na China, no Paraguai? Se nós perdermos a competitividade na produção de componentes para informática, pra produção de celular, de notebooks e Ipads e outros produtos, irão todos p’ro Paraguai. O Paraguai tem energia barata, desonerou tudo e ainda está no Mercosul.”
Apreensivo, o Senador alerta: “Nós entramos na faixa amarela! Pra chegar na Vermelha, é questão de um passo!”
Declaradamente em rota de colisão com o ministro da Economia, o senador afirma: “O Amazonas não é responsável pela política econômica desastrada que vem se praticando ao longo dos anos! O Amazonas não é responsável pelo que o ‘seu’ Paulo Guedes quer nos imputar! O Paulo Guedes tinha que trabalhar mais e falar menos!
Omar acredita que, apesar do Amazonas não ter uma grande bancada, seus representantes do ocupam importantes comissões no Congresso Nacional e, com a ajuda dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, David Alcolumbre, o Estado terá condições de discutir politicamente todas as questões de interesse do amazonenses e avisa: “Na Comissão que eu presido, o governo não terá vida fácil comigo!”