A crise econômica nacional está fazendo nova vítima. O alvo é polo de produção de ovos de galinha. De acordo com os empresários do setor, o aumento do milho, um dos principais insumos da cadeia produtiva, pode gerar desemprego e até o fechamento de granjas. Hoje, o setor conta com 40 pontos de produção e emprega diretamente duas mil pessoas. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas, Muni Fernandes júnior, cita que o milho é o grande vilão do problema.

“O Amazonas já começou a sofrer, onde se destaca o polo de produção de ovos de galinha, que é um polo relevante, com quase quarenta granjas que geram mais de 2 mil empregos diretos e que produz mais de 1,5 milhão de caixas de ovos por ano. Esse segmento está sentindo fortemente a crise nacional e que aqui no Estado é mais aguda, pela nossa distância, da região aos produtores. É uma crise de escassez, que deu uma disparada no preço do milho, que aumentou 130% nos últimos 12 meses. Nós tememos que aconteça no Amazonas, por exemplo, com Estados como Santa Catarina, com fechamento de unidades produtivas de avicultura de postura para a produção de ovos”, explicou o presidente.

Para tentar amenizar o problema, Muni Fernandes júnior disse que o jeito foi pedir socorro do governo federal.

“Estivemos com o ministro da agricultura, pleiteando medidas emergênciais para atenuar essa crise de milho no Amazonas, como o aumento das transferências de milho para o programa de venda em balcão, através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com o produto no preço subsidiado, e também uma condição diferenciada para a participação dos avicultores amazonenses no próximo leilão de milho. Além disso, solicitamos ao ministro que haja ampliação do limite de compra mensal de milho, para que nós sejamos equiparados ao Sul do país, que tem praticamente o dobro do limite que nós temos aqui no Amazonas”, relatou Fernandes.

Caso as soluções não cheguem, segundo Muni Fernandes, pode haver falta do produto e a consequente alto do preço.

Programa

O Vendas em Balcão permite que pequenos criadores e agroindústrias de aves, suínos, bovinos e caprinos tenham acesso, por meio da venda direta dos estoques públicos do governo, a produtos como milho, arroz em casca, trigo e castanha. O valor de venda é calculado de acordo com o preço médio de mercado em cada região.