Cresce número de partos por cesárea no Amazonas

Partos cesarianas ainda são altos no Amazonas, apesar das normas do Ministério da Saúde (MS) indicar redução do procedimento nas unidades de saúde públicas e particulares

Nos primeiros quatro meses deste ano, as cesáreas realizadas no Amazonas, pré-agendadas por grávidas, chegaram a mais 4, 4 mil procedimentos. O número representa 86,5% do total desse tipo de parto. Dos 5,1 mil procedimentos registrados, no período, apenas 616 eram de alto risco para mãe e o bebê. Outros 77 foram para a viabilização de cirurgias de laqueadura tubária. Os dados são do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do MS (DataSus).

Segundo a opinião da presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Amazonas (Assago), Hilka Espírito Santo, o melhor parto é aquele mais seguro e adequado para mãe, de acordo com a situação de cada mulher, considerando que o procedimento deve ocorrer a partir da 39ª semana de gestação.

“O parto normal e o parto cesárea são duas vias boas que têm suas indicações e devem ser respeitadas. Não existe um parto melhor ou pior. O parto melhor é aquele onde a mãe fica bem e o bebê também”, explica.

Com o objetivo de reduzir as cesarianas, o Conselho Federal de Medicina (CFM) determinou, através da Resolução 2.144/2016, divulgada no último dia 20, que partos cirúrgicos a pedido da paciente sejam realizados somente a partir da 39ª semana de gravidez. A medida ocorre dois meses depois do MS lançar o Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas para Cesariana, que estabelece o modelo a ser seguido pelas secretarias de Saúde dos Estados, Distrito Federal e Municípios para reduzir o número de cesarianas ‘desnecessárias. De acordo com o diretor da Maternidade Ana Braga, a maior do Estado, Antenor Barbosa, apensar do número de partos normais ser maior, ainda é alto o índice de cesarianas na unidade, cerca de 39%, a meta é chegar na indicação do MS entre 25 a 30 %. 

“O que nós conseguimos ver na rede pública e em outros meios também, é que a indicação do parto não está alterada, ou seja, não é sugerida pelo médico. Não vejo essa normativa do CMF, como algo quer vai aumentar o índice de cesariana. O mais importante de tudo isso, é fazer o pré-natal”, alertou o diretor.

Os partos normais ainda são maioria, no Amazonas, segundo o Datasus, foram 11.837 registros, de janeiro a abril deste ano. Destes, 6.999 ocorreram em Manaus.


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