Comunidade LGBT denuncia descaso aos crimes homofóbicos, no Amazonas

07/03/13 – A morte do industriário José Socorro Picanço Rodrigues, de 41 anos, na quarta-feira (06) repercutiu junto à comunidade de gays, lésbicas, bissexuais e travestis do Amazonas. José Picanço Rodrigues foi o sexto homossexual assassinado, este ano, em Manaus, e na opinião da coordenadora do Fórum LGBT – Sebastiana Silva, é um dado que demonstra o descaso do poder público. em relação aos crimes homofóbicos praticados no estado.

Nesta quinta-feira (07), a comunidade LGBT realiza na Avenida Grande Circular, a partir das oito da manhã, um ato de protesto contra a homofobia,  durante evento organizado pelo Fórum de Mulheres, para marcar o Dia Internacional da Mulher.

De acordo com dados do Departamento Estadual de Direitos Humanos da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, o Amazonas registrou aumento de 1.800% no número de denúncias de crimes homofóbicos em 2012, no comparativo com 2011. Enquanto em 2011 foram registradas apenas duas denúncias de violência contra homossexuais, no ano passado, foram cerca de 40.

Além dos casos de agressão física, discriminação, ameaça e a perseguição, 14 homossexuais foram assassinados, de acordo com dados do Fórum LGBT do Amazonas.

 De acordo com a Sejus, em 2012 foram registradas, em média, três denúncias de violência contra homossexuais a cada mês.

Apesar do aumento do número de homossexuais em busca da garantia dos direitos violados, a presidente da Associação Amazonense de Gays, Lésbicas e Travestis, Bruna La Close, afirma que o preconceito e as barreiras impostas às vítimas da homofobia nas próprias delegacias da capital e do interior, dificultam a primeira etapa da denúncia que pode levar a punição dos autores da violência.

A homofobia ainda não é considerada crime no país, mas o  Projeto de Lei 122, de 2006 que está tramitando no Congresso Nacional, propõe torná-la crime e ampliar a punição nos casos de discriminação. Sem essa legislação penal específica, o movimento LGBT ressalta que não há como a polícia prosseguir nas investigações dos casos que teve violência física.

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