Capital brasileira com mais assassinatos de homossexuais, Manaus é cidade da intolerância, conclui estudo

homofobia
Manaus é a capital brasileira que mais registra homicídios contra homossexuais. Os dados constam de uma tese de doutorado em antropologia de um Amazonense.

Denis da Silva Pereira, de 39 anos, é professor de filosofia. Ele desenvolveu uma tese de doutorado em antropologia que tem chamado a atenção de diversos grupos homossexuais, por conta da polêmica em torno da intolerância e da violência.

Segundo as pesquisas do doutorando, Manaus tem registrado índices altíssimos de homicídios contra homossexuais. Os do sexo masculino são as maiores vítimas. E acordo com o estudo, já são 15 mortes, de janeiro a setembro deste ano. O número já é maior do que os registros de todo o ano passado. Casos que ele acompanhou pessoalmente e que retrata com detalhes em sua tese.

“Desses 15 homicídios, três eu conhecia. Um deles, há quinze anos, então, quando você estuda um caso de alguém com quem você teve uma relação de amizade, isso marca muito. Muitos casos são marcantes!”

Mesmo ainda em fase de conclusão, o trabalho de Denis tem ajudado inúmeras entidades de luta LGBT contra a intolerância e a violência. Diversos órgãos públicos também programaram discussões e mesas redondas baseadas nos estudos, entre eles duas casas legislativas – a Câmara Municipal de Manaus (CMM)e a Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM).

“Tivemos uma audiência pública na ALE-AM, na qual falamos sobre o assunto, porque, não podemos negar que a questão da violência contra os LGBT em Manaus e no Amazonas é um fato retumbante. Muito forte e tem marcado as vidas de muitas famílias que têm perdido seus entes queridos.”

Para o delegado da Especializada em Homicídios e Sequestros, Ivo Martins, o estudo é um trabalho importante para a sociedade amazonense. “O Denis está fazendo um trabalho acadêmico de importância e relevância e estamos aqui a disposição dele, naquilo que pudermos ajudar, porque certamente vai servir bastante aos estudos e à sociedade, como um todo!”

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