Estudantes do Centro Educacional de Tempo Integral (CETi) Elisa Bessa Freire, localizado na Zona Leste de Manaus, criaram um repelente de “Capim Santo” contra o mosquito Aedes aegypti. Esse é um dos 386 projetos desenvolvidos no âmbito do Programa Ciência na Escola 2016 (PCE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed) e Secretaria de Estado de Educação (Seduc) nesta edição.
Intitulado “Repelente natural contra o mosquito da dengue, chikungunya e zika”, o estudo foi desenvolvido por alunos do 9º ano do Ensino Fundamental da escola sob a orientação da professora de Geografia, Itaí Medeiros. O repelente é feito com álcool, óleo natural e a planta Capim Santo.
Grupo de pesquisa do PCE desenvolvendo o repelente natural
A professora explica que o intuito era testar o efeito de outra planta na elaboração do repelente, no entanto, a investigação tomou um rumo diferente.
“Nós queríamos testar a Citronela como repelente contra o Aedes aegypti, assim como as pessoas do Sul e Sudeste já fazem. Iríamos repetir o experimento. Porém, nós não temos essa planta aqui na região e, por isso, testamos o Capim Santo, que é da mesma família da Citronela. Deu muito certo”, disse a professora.
Ela explica que a substância encontrada no Capim Santo é mais forte do que a existente na Citronela e sua atuação é quase instantânea.
“O poder ativo do Capim Santo é maior que o da Citronela, que precisa de cerca de 15 dias para ser ativado. Já com o Capim Santo o efeito inibidor do mosquito transmissor da dengue pode ser percebido na hora da aplicação da planta”, contou a professora.
A orientação disse ainda que o repelente natural de Capim Santo já passou por experimentações e teve êxito como inibidor dos ataques do mosquito à pele humana. Ela afirmou ainda que pretende continuar os estudos em relação a aplicabilidade do repelente e que outras comprovações mais complexas deverão ser feitas para validar o produto.
Edição 2016
Ao todo, 386 projetos científicos foram desenvolvidos no segundo semestre de 2016 em escolas municipais e estaduais, sendo 29 em escolas da Prefeitura de Manaus e 357 desenvolvidas em escolas da rede pública estadual de ensino tanto na capital quanto no interior. O valor mensal repassado para realização das atividades é, em média, R$ 390 mil.