Aumenta o número de brasileiros favoráveis à descriminalização da maconha, aponta pesquisa

A descriminalização da maconha é um dos temas que aquece qualquer discussão, a polêmica gerada transita entre todas as variações de classes, idades e regiões, e gera uma ampla ramificação de opiniões, agregadas as dúvidas sobre o tema e também ao “tabu social” de se expressar sobre o assunto. Uma análise realizada pelo Ibope, divulgada em setembro de 2014, revelava que 79% dos eleitores brasileiros ainda eram contra a descriminalização da maconha e apenas 17% favoráveis. Já hoje, pouco mais de cinco meses depois, e com diversos países voltando a discutir o assunto, o cenário brasileiro começou a mudar.

Dados inéditos levantados em pesquisa da Hello Research demonstram que 28% dos brasileiros são a favor da descriminalização da maconha, 58% são contra a medida, enquanto 14% mostram indiferença a qualquer um dos cenários.

Com uma pequena diferença de um ponto percentual, os homens (28%) são mais favoráveis que as mulheres (27%). Entre as faixas etárias os números variam com maior intensidade e a ordem de aceitação diminui de forma progressiva dos mais jovens para os mais velhos: de 16 a 24 anos a aceitação é de 32%; de 25 a 34 anos é de 29%; de 35 a 44 anos, é de 28%; de 45 a 59 anos ou mais é de 23%.

 

Entre as classes sociais, a maior porcentagem de negação fica na classe A, com 75%, seguida pela classe D/E com 63%. A classe B apresenta 60% de rejeição à descriminalização, deixando a classe C como a mais a adepta ao ato, com 55% de aprovação.

Aprofundando nos 28% dos brasileiros que são a favoráveis a descriminalização, a população da região Sul, apresentou um alto índice de aceitação da medida, disparando percentualmente com longa distância das demais. Na região 41% são a favor, enquanto 49% são contra. A segunda região brasileira mais a favor da nova política é a região Nordeste, com 28% de aprovação. Bem perto está a região Sudeste com 26% e por último as regiões Norte e Centro Oeste, apresentando 10% de adeptos.

Quando o assunto é a descriminalização de TODAS AS DROGAS, não só da maconha, o cenário apresenta uma rejeição mais aguda: 66% dos brasileiros são contra a descriminalização total, 22% são favoráveis a medida e 12% são indiferentes.

Mulheres rejeitam mais a descriminalização total, com 68%, enquanto homens ficam em 61% de negação à medida.

Com 72%, a população de 45 a 59 anos, ficou em destaque contra a descriminalização de outras drogas. Seguidos pelas faixa etária de 35 a 44 anos com 66%, em terceiro fica os mais seniors de 60 anos ou mais, com 65%. E por último os mais jovens de 16 a 24 anos e de 25 a 34 anos, com uma média de 61% de desaprovação.

“Os números mostram que a população brasileira, em sua maioria, ainda é contra a  descriminalização da maconha. No entanto, pela primeira vez na história recente do país, já é possível encontrar perfis demográficos que apoiam a medida em parcelas representativas. No caso dos mais jovens, de 16 a 24 anos, um a cada três é a favor da medida. Na região Sul, 41% são a favor. Uma diferença percentual de apenas 8% em relação aos indivíduos que são contra. Vamos ficar de olho, este debate promete, uma vez que a diferença entre indivíduos contra e a favor está cada vez mais equivalente”, aponta Davi Bertoncello, sócio presidente Hello Research.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *