Audiência sobre caso de bebê jogado em rio é adiada pelo TJAM

 

Foi transferida para o dia 24 de agosto, a audiência de instrução sobre o caso do bebê que foi atirado no rio negro, após briga entre os pais. 

O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), transferiu a audiência que era pra ter acontecido hoje (11).

A criança de quatro meses está sumida desde o dia 14 de agosto. De acordo com informações da Polícia Civil, o pai Josias de Oliveira Alves, 29, teria jogado o bebê no rio após uma discussão com Cleudes Maria Batista de Moraes, de 23 anos, sobre o pagamento de pensão alimentícia. Os dois foram presos e ouvidos pela Polícia Civil. Cleudes foi liberada após Josias confessar a autoria do crime. No entanto, no dia 4 abril o pai também foi solto.

De acordo com a Justiça, a juíza Miza Telma enviou o processo para a Procuradoria-Geral de Justiça do Amazonas, que deve se posicionar em relação à inclusão da mãe do bebê como denunciada e não como vítima. Como não houve tempo hábil para a manifestação, a magistrada suspendeu a audiência entre as partes.

Além disso, apenas uma das oito testemunhas do caso compareceram ao Tribunal nesta manhã para a audiência. A maioria não foi localizada.

O advogado de defesa de Josias diz que aguarda parecer da Procuradoria sobre acusação da mãe.

Josias e Cleudes estão presos em delegacia na Zona Leste de Manaus (Foto: Divulgação Polícia Civil e Luis Henrique/G1 AM)
Josias e Cleudes, pais do bebê sumido (Foto: Divulgação Polícia Civil e Luis Henrique)

“A uma inversão do processo. O Josia foi acusado e a Cleudes entrou como vítima. Entretanto, não é o que o processo apresenta de provas. Inclusive existem laudos de psicólogos e peritos que apontando a culpa dela e a inocência do Josias. Diante disso, houve uma necessidade de análise do processo para inverter, com isso há esse pedido para que um procurador de justiça análise a situação se há possibilidade de incluir a Cleudes como acusada”, disse o advogado Josemar Junior.

A defesa da mãe do bebê não foi localizada no Fórum.

Confissão
Josias Alves confessou em setembro de 2015 à Polícia Civil que jogou o filho no Rio Negro durante discussão por pensão alimentícia, no dia 14 de agosto. Desde o dia do crime o Corpo de Bombeiros fez buscas pela criança, mas não localizou nenhum vestígio. O canoeiro foi preso após se apresentar à polícia no dia 21 de agosto, mas chegou a acusar várias vezes a mãe do bebê da autoria do crime.

A mãe de Josias, Osmarina Rocha de Oliveira, de 47 anos, diz que o filho foi torturado para confessar o delito. Ela compareceu ao Tribunal nesta quarta para acompanhar a audiência.

“Tenho certeza que meu filho é inocente. Ele era louco por essa criança. Ele foi torturado, colocaram saco na cabeça. Ele foi muito torturado. Inclusive, o advogado dela (Cleudes) que está preso colocou eles (pai e mãe do bebê) cara a cara e disse que era para ele confessar que ficaria mais fácil. Ele acreditou”, afirmou.

O caso foi investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS). O delegado titular da DEHS, Ivo Martins, rebateu as acusações de tortura feitas pela família de Josias.

“Totalmente infundada essa denúncia e não procede. Não temos nenhum tipo de histórico de situações dessas. Esse Josias é um imbecil e está falando isso da boca para fora. Não há dúvidas em relação à conduta do Josias. Vamos abrir mais procedimentos apuratórios contra o Josias e a família pelo crime de calúnia ou de denunciação caluniosa. Se for preciso pediremos a prisão tanto do Josias quanto de quem eventualmente esteja inventando essas mentiras”, afirmou o delegado.

Levada à cadeia
mãe do bebê foi levada à delegacia em Manacapuru por suspeita de tráfico de drogas.Cleudes foi abordada com mais quatro suspeitos em uma casa onde estaria sendo comercializado entorpecentes, de acordo com a Polícia Militar (PM-AM). A prisão ocorreu no dia 6 de maio e Cleudes foi liberada em seguida.

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