O terreno de 31 mil metros quadrados, equivalente a quase 5 campos de futebol, fica localizado na Avenida Ephigênio Sales, na zona Centro-Sul de Manaus, próximo ao bairro Coroado, na zona Leste da cidade. Nas imagens de satélite, o tamanho da devastação.
A área verde, antes e depois das obras, mostra a dimensão do ataque ao meio ambiente. O terreno de 31 mil metros quadrados, equivalente a quase 5 campos de futebol, tem todas as autorizações concedidas pelos órgãos ambientais fiscalizadores, tanto do Estado quanto do município. No local, será construído um hipermercado atacadista e varejista.
De acordo com o diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), Antônio Stroski, que acumula o cargo de secretário municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade, a única exigência para a empresa desmatar a área verde foi o pagamento de R$ 8 mil, referentes à reposição florestal.
Segundo o vice presidente do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (IMPLURB), Telamon Firmino, o estudo de Impacto de Vizinhança – outro documento necessário para construção do empreendimento -, foi feito, apesar de não ter sido apresentado no momento da gravação da entrevista.
Durante a produção da matéria, o repórter Charle Fernandes, da Rede Tiradentes, ouviu os moradores de um condomínio situado ao lado da área desmatada. Nenhum deles confirmou ter assinado o documento de impacto de vizinhança. Pelo contrário, todos criticaram a obra, como mencionaram a bióloga, Fernanda Cozendey e a engenheira civil Antônia Miguelina.
Além dos prejuízos ambientais, os moradores da área e motoristas, temem que o futuro hipermercado provoque mais transtornos ao tráfego de veículos na área do V8, que já é caótico nos horários de pico. Segundo o diretor de projetos do Instituto Municipal de Engenharia e fiscalização do Trânsito (Manaustrans), Mesaque Oliveira, não haverá transtornos para a população, pois tudo já foi planejado.
O professor de Engenharia Civil da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Rubelmar de Azevedo, defendeu a necessidade de um estudo de acessibilidade para o alargamento da via e estudo de impacto gerador de tráfego. Segundo o professor, até o momento, também não há nenhuma informação sobre um estudo de impacto de vizinhança ou um projeto para mitigar a questão do tráfego.
“Como é um assunto de interesse de toda a comunidade, a Prefeitura deveria proceder esse estudo.”, afirma.
O professor Rubelmar fez parte da equipe que fez o estudo de impacto da Cidade Universitária, que durou 1 ano, e teve todo o apoio do então governador Omar Aziz
Durante a gravação da reportagem, a Rede Tiradentes tentou ouvir os responsáveis pelo empreendimento, mas não conseguiu localizá-lo s para comentar o assunto. O hipermercado que será construído na área próxima a rotatória do Coroado tem previsão de ser inaugurado até o primeiro semestre do ano que vem.