Quem depende do transporte público se sente inseguro. Como se não bastasse à violência dentro dos coletivos, com diversos assaltos registrados todos os dias, agora as ações dos bandidos ocorrem nos pontos de ônibus, onde a população afirma que os arrastões são cada vez mais comuns, por isso, é sempre um risco esperar o coletivo por muito tempo.
Em entrevistas rápidas à reportagem da Rede Tiradentes, três usuários do transporte público se manifestaram assustados e preocupados.
– “Isso acontece em todas as ‘paradas’ de Manaus! A população já fica até com medo de ir par a parada de ônibus sozinha.”
– “Sempre! O risco é iminente!”
– “À noite, eu evito ficar aqui. Fico mais do outro lado, até o ônibus passar. Quando eu vejo que o ônibus já vem, aí eu atravesso pra cá. Bastante perigoso, aqui, mesmo!”
O sentimento de insegurança ficou mais evidenciado na noite da última terça-feira (31/8), com a morte do biólogo Jabson Franco da Costa, assassinado durante assalto no ponto de ônibus da Avenida André Araújo, próxima ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), onde a vítima desempenhava atividade científica, e área de grande presença de pessoas, devido à existência de vários órgãos públicos federais, estaduais e municipais e várias empresas de comunicação.
Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, Jabson teria sido abordado por dois criminosos em uma moto, que exigiram que ele entregasse o telefone celular. O pesquisador teria reagido, quando foi atingido com um tiro no peito. Ele morreu poucos minutos após dar entrada emuma unidade de saúde da capital.
Em Nota, o INPA informou que Jabson não estagiário, mas colaborador do órgão em um projeto voluntário. Jabson havia concluído o curso de bacharel em Biologia recentemente. O INPA informou, ainda, que está prestando todo o apoio à família da vítima. O corpo de Jabson foi embalsamado e transladado para São Paulo de Olivença, para ser sepultado nesta quinta-feira.
Amigos de Jabson no INPA disseram que ele era uma pessoa muito esforçada e profundamente envolvida nas pesquisas e projetos do Instituto, sempre alegre e disposto a ajudar.
Durante cerimônia de entrega de viaturas, o secretário da segurança do Estado, coronel PM Anézio Paiva, falou sobre o crime que tirou a vida do jovem biólogo de 34 anos.
“Já foi tomada a providência. Um dos delegados da força-tarefa já está no caso, com as imagens das câmeras de segurança, para as investigações. Por parte da Polícia Militar, já falamos com os comandantes das Companhias Interativas Comunitárias (Cicons) para intensificar o policiamento ostensivo com viaturas na paradas de ônibus.”
O caso já está sendo acompanhado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Seqüestros (DEHS).