Acareação entre pais de bebê supostamente jogado no Rio Negro acontece nesta semana

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A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) pretende fazer uma acareação, nesta semana, entre Cleudes Maria Batista de Moraes, de 22 anos, e o canoeiro Josias de Oliveira Alves, mãe e pai do bebê Pablo Pietro, de quatro meses, supostamente jogado no Rio Negro, no último dia 14.

Ambos já prestaram depoimento na DEHS, mas entraram em contradição, com versões “fantasiosas” sobre o fato, segundo informou o titular da especializada, delegado Ivo Martins, neste sábado (22). A acareação entre os dois deve acontecer logo após outras três testemunhas serem ouvidas, o que deve ocorrer também nesta semana.

Após o confronto de informações, a DEHS deve fazer a reconstituição dos fatos, com a presença de Cleudes e Josias, a fim de identificar quem está falando a verdade, e atribuir a autoria do possível crime. A simulação é necessária, conforme Martins, porque não houve confissão de nenhuma das partes e não há, sequer, comprovação material do homicídio da criança, visto que o corpo não foi encontrado.

“Estamos trabalhando nesse primeiro momento com o levantamento de dados para que no decorrer das investigações possamos atribuir à autoria. O caso apresenta contradições, acusações mútuas e diversas peculiaridades porque aconteceu no meio do rio. Eles têm apresentado versões que não parecem ser verdadeiras e, ao mesmo tempo, absolutamente fantasiosas”, disse.

Josias se apresentou, à DEHS, na sexta-feira (21), com dois advogados. Ele estava foragido, já que teve expedido contra si um mandado de prisão temporária e ficará detido por 30 dias.

O canoeiro disse, em depoimento, que estava escondido por medo. Segundo Josias, ele ficou debaixo da ponte Rio Negro durante três dias, com um ferimento no olho. O canoeiro teria sido golpeado por Cleudes, que o atingiu com um celular.

Josias disse, ainda, que, no dia em que o crime teria ocorrido, Cleudes o esperava no porto do São Raimundo, na zona Oeste, para receber o dinheiro referente à pensão da criança, desde às 15h do dia 14 deste mês. Porém, ele só teria chegado ao local quatro horas depois, porque estava trabalhando em uma balsa, em outro local. A demora motivou uma discussão que chegou às vias de fato. Depois decidiram ir ao meio do rio onde Josias daria o dinheiro a ela.

“Ela (Cleudes) diz que ele (Josias) tomou a criança do braço dela e a jogou no rio. Já ele diz que ela beijou a criança, a jogou no rio e depois teria se armado com uma faca. A versão dele é bem mais fantasiosa do que a dela. Nem o barco que utilizaram para ir ao meio do rio foi encontrado, ainda. Ele alega que o barco foi roubado por quatro pessoas a mando da esposa”, disse Ivo Martins.

De acordo com o delegado, caso seja comprovado o homicídio, os dois podem responder pelo crime. “Quem matou a criança responderia por homicídio e quem não agiu para evitar o resultado também tem condição de responder pelo mesmo crime”, explicou.

Ivo Martins completou que também não há confirmação de paternidade da criança, uma vez que não há nem registro de certidão de nascimento.

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