Operação “Vertex” investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por organização criminosa baseada em Manaus

A Polícia Federal (PF) no Amazonas amanheceu, na manhã desta sexta-feira (19/7), em frente a um condomínio de classe média da Avenida Aphigênio Sales, na zona Centro-Sul de Manaus, após deflagrar a Operação Vertex, uma nova fase da Operação Maus Caminhos, que investiga a prática de crimes de corrupção passiva, lavagem de capitais e pertinência a organização criminosa.

A investigação foi desmembrada pelo Supremo Tribunal Federal – STF, da Operação Maus Caminhos, em razão dos indícios detectados de recebimentos de vantagens indevidas por um ex-governador, que por exercer o cargo de senador, poderia ter direito a foro por privilegiado no STF.

Em razão do entendimento do Supremo Tribunal de que foro por prerrogativa de função conferido aos deputados federais e senadores se aplica apenas a crimes cometidos no exercício do cargo e em razão das funções a ele relacionadas, o Ministro Dias Toffoli
determinou a remessa da investigação ao juízo de 1ª instância, sendo que em janeiro de 2019 a investigação foi retomada.
Entre as vantagens indevidas de que se tem suspeita, teria havido entregas de dinheiro em espécie ou por meio em negócios simulados ou superfaturados, a fim de ocultar a entrega de dinheiro dissimulado por meio de contratos de aluguel e de compra e venda.
A investigação está diretamente relacionada com as outras fases da Operação Maus Caminhos, sendo elas a Operação Custo Político, Operação Estado de Emergência e Operação Caskback.

Na Operação Custo Político se apurou a prática de crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de capitais e pertinência a organização criminosa, praticados por cinco ex-secretários de estado, bem como diversos servidores públicos e o núcleo da organização criminosa desbaratada na primeira fase da operação, enquanto na Operação Estado de Emergência, completava o núcleo político do Poder Executivo estadual, tendo alcançado um outro ex-governador, que chegou a ser preso.

Por outro lado, a Operação Caskback teve por objeto a investigação quanto ao envolvimento de outras empresas em conluio, em relação as quais, suspeita-se que foram efetuados pagamentos embasados em notas fiscais falsas, sem a correspondente prestação de serviço, além de pagamentos por serviços superfaturados.

Nome da Operação

O nome da Operação policial é sinônimo da palavra vértice e significa o ponto mais alto, o ápice, correspondendo ao alcance da investigação, que reuniu indícios robustos da prática de crimes pelo governador à época da criação da organização criminosa formada
em torno do Instituto Novos Caminhos.

Estão sendo cumpridos 09 mandados de prisão temporária, 15 mandados de busca e apreensão, 18 mandados de bloqueios de contas de pessoas físicas e jurídicas (aproximadamente 92,5 milhões de reais), 07 mandados de sequestro de bens móveis e imóveis, expedidos pela Justiça Federal, que, após parecer do Ministério Público Federal, deferiu representação do Delegado de Polícia Federal que preside a investigação.

A operação está sendo executada pela Polícia Federal nos Estados do Amazonas, Brasília e São Paulo.

Outros detalhes serão divulgados em coletiva de imprensa, ainda na manhã desta sexta-feira, na Superintendência  Regional da Polícia Federal no Amazonas.

 

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