Produção Industrial do Amazonas tem avanço tímido

A produção industrial do Amazonas registra aumento de 4,3% em novembro, na comparação com o mesmo mês de 2015, aponta o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com os números do instituto divulgados ontem (11), o resultado foi até agora o melhor de 2016 e interrompe mais de 30 meses de taxas negativas consecutivas neste tipo de confronto. Com o indicador positivo o Estado apresenta o 4º melhor resultado do país. Na passagem de outubro para novembro de 2016, a produção cresceu 4,4%, após registrar retração de 2,3% no mês anterior. Este foi terceiro melhor resultado do Brasil. Já no acumulado de janeiro a novembro, o setor industrial do Amazonas amarga recuo de 11,7%, o segundo pior resultado entre os locais pesquisados.

Na avaliação do presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas), Wilson Périco, mesmo pegando um curto período de estabilização não se pode falar em uma retomada. “Não tem como porque estaria fazendo um comparativo com um período que já era ruim. Então, estamos aguardando as medidas do governo e na hora que estabilizar o desemprego no país, isso dará maior segurança ao consumidor voltar a comprar não só bens de primeira necessidade”, avaliou. Segundo o representante, os indicadores negativos da produção industrial ainda são reflexo do cenário de recessão econômica nacional.

“Esse resultado não é surpresa sendo reflexo do momento de crise que o Brasil ainda está se recupera. O PIM (Polo Industrial de Manaus) é ligado ao restante do país, se ele não está bem e apresenta altos índices de desemprego isso afetará o desempenho do setor”, destacou o presidente acrescentado que, a retomada da economia deva acontecer entre o final deste ano e início de 2018. Para Périco, é preciso tomar medidas para diversificar mais a produção no pátio industrial. “O segmento de duas rodas e eletrônico são as grandes colunas do polo e há necessidade de diversificar o setor aprovando os PPBs (Processos Produtivos Básicos) para atrair outros segmentos”, finalizou o empresário.

De acordo com o IBGE, a taxa acumulada nos últimos doze meses, recuou 13,3 % em novembro de 2016, reduzindo o ritmo de queda frente ao verificado no mês de junho (-18,1%), julho (-17,1%), agosto (-16,6%), setembro (-16,4%) outubro (-15,3%) e, assinalou a taxa negativa menos elevada desde agosto de 2015 (-13,2%). Com esse resultado negativo, a indústria no Estado alcançou a penúltima posição do Brasil. A média da indústria nacional foi de – 7,5%. Ainda segundo os dados, no acumulado de janeiro a novembro, o resultado foi negativo para o Amazonas (-11,7%). O indicador é a segunda maior queda do país que é liderado pelo Espírito Santo (-20,3%). Já a média nacional foi de – 7,1%.

O vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, conta que a projeção para 2016 é que o faturamento recue de 11% a 12% se comparado ao ano anterior, representando U$ 20 bilhões faturados pelo PIM (Polo Industrial de Manaus). Para ele, mesmo que alguns segmentos tenham resultados positivos, a média final é puxada para baixo. “Mas eu acredito que qualquer pequeno resultado positivo no setor deve ser comemorado e torcer para o cenário melhorar”, disse.

As medidas anunciadas pela equipe econômica do governo federal trouxeram de volta a credibilidade, que segundo o empresário, significa retorno de investimentos nacionais e estrangeiros no polo. Na leitura de Azevedo, o primeiro trimestre deste ano será bom para a produção industrial e prevê estabilidade para o setor apenas a partir do mês de abril. “É importante salientar que todos os elementos da crise ainda estão presentes. Por isso, apenas no segundo semestre do ano devemos começar a ter uma recuperação”, sentenciou o empresário.

producao
Resultado por setor de atividades no Estado
De acordo com o IBGE, o setor de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (13,8%) exerceu a contribuição positiva mais relevante sobre o total da indústria, impulsionado, em grande parte, pela maior produção de televisores e relógios de pulso. Vale mencionar ainda os avanços vindos dos setores de bebidas (3,6%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (37,8%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,6%),

Por outro lado, os principais impactos negativos vieram dos setores de impressão e reprodução de gravações (-30,4%), de outros equipamentos de transporte (-6,8%) e de indústrias extrativas (- 7,3%), pressionados, especialmente, pelos itens discos de vídeos (DVDs); motocicletas; e óleos brutos de petróleo, respectivamente.

Já os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-19,3%) e de outros equipamentos de transporte (-28,1%) exerceram as influências negativas mais relevantes foi a menor produção de televisores, gravador ou reprodutor de sinais de áudio e vídeo. Vale mencionar ainda os recuos vindos dos setores de máquinas e equipamentos (-45,9%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%), de produtos de borracha e de material plástico (-10,4%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-11,8%).

Cenário nacional
Em termos de Brasil, ao todo, oito locais pesquisados tiveram queda na passagem de outubro para novembro. A Região Nordeste marcou (-5,2%) e Pernambuco (-4,9%), foram os piores do País neste quesito. Já os maiores avanços no período foram do Pará (6,6%), Minas Gerais (5,9%), além do Amazonas (4,4%), Paraná (2,4%) e São Paulo (1,6%). Segundo o IBGE, nove dos 15 locais pesquisados apontando resultados negativos se comparados a novembro de 2015. Goiás obteve a queda mais acentuada, com 16,6%. Em seguida aparece Pernambuco (-6,4%), Bahia (-5,4%), Espírito Santo (-4,5%) e Ceará (-4,4%).

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