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Prestes a voltar aos palcos como Chacrinha, Stepan Nercessian diz: “O teatro vai me consertar”

Stepan Nercessian, como Chacrinha (Foto: Divulgação)

Stepan Nercessian está empolgadíssimo com seu retorno aos palcos depois de 15 anos de ausência. Ele será o intérprete do inesquecível Abelardo Barbosa em Chacrinha, o Musical. O espetáculo, que estreia dia 14 de novembro no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, tem direção de Andrucha Waddington e texto de Pedro Bial e Rodrigo Nogueira. “Procurei não imitá-lo, porque o Brasil está repleto de ótimos imitadores. Ele é uma figura fácil, caricata para o humorista. Optei por fazê-lo de fora para dentro, focar no espírito do Chacrinha”, diz o ator, que foi indicado a Andrucha por ninguém menos que Fernanda Montenegro, sogra do diretor, para o papel. “É uma honra ela achar que eu tenho a alma do Velho Guerreiro” afirma.

A superprodução ainda terá 22 atores/cantores, com apresentação de mais de 60 sucessos da música nacional em montagem orçada em R$ 12 milhões. “Sou desajeitado e desafinado, mas está dando certo”, afirma ele, que dará ênfase aos bordões do Velho Guerreiro: “Alôoooo Terezinha; Vocês querem bacalhau?; Eu vim para confundir não para explicar; Na TV tudo se copia, nada se cria; Alô Dona Maria, como vai sua tia?; Vai para o trono ou não vai?”. A animação com o espetáculo é tanta, que nem mesmo a derrota nas últimas eleições – Stepan tentou se reeleger deputado e perdeu o mandado com 24.330 votos- tira o humor do ator. “Ganhei três eleições, foram 10 anos de dedicação e está na hora de eu voltar mais feliz para o cinema, teatro e TV. A derrota veio na hora certa…Há males que vão para Belém”.

Como será o seu Chacrinha?
Procurei não imitá-lo, porque o Brasil está repleto de ótimos imitadores. Ele é uma figura fácil, caricata para o humorista. Optei por fazê-lo de fora para dentro, o espírito do Chacrinha. Ele tinha uma alegria absurda em fazer o programa, um carinho muito grande com todas as pessoas que participavam, inclusive com os calouros.

Por que ficou tanto tempo longe dos palcos?
Porque exige uma dedicação muito grande… É quase um sacerdócio. Tem que organizar a vida em função do espetáculo. Não aguento isso, porque gosto de andar de um lado para o outro, sou agitado. Só aceitei porque é um papel muito especial e foi indicação da Fernanda Montenegro (sogra de Andrucha). Não tive como recusar. Uma honra quando ela disse que eu tinha ‘a alma do Chacrinha’. Muita alegria em fazer. É um processo novo para mim, porque tem toda uma equipe tomando conta de cada detalhe: coreógrafo, diretora musical, preparação vocal, física etc. Vão mudando os generais e os soldados vão ficando. Fiquei tenso, mas tudo está se encaixando.

O que mais chamou atenção na história do Velho Guerreiro?
É emocionante conhecer o Chacrinha fora de cena. Ele era um camarada extremamente meticuloso, preocupado com Ibope, nervoso antes de entrar em cena, tenso, explodia, brigava com todo mundo, inclusive com o Boni (José Bonifácio de Oliveira, diretor do programa). As pessoas mais velhas que tiveram a referência vão ficar impactadas em conhecer o outro lado da vida do artista.

Como tem sido os ensaios?
Algo que não é racional. Quando eu começo a apresentar o programa saem várias coisas de improviso porque, assistindo às fitas, ele falava o tempo inteiro com o dedo para o alto, era praticamente um tique nervoso. Engraçado é que, sem perceber, tem coisas que ficam iguais como eram no programa. Sentimos o Chacrinha por ali o tempo todo. Não sei o quanto vai estar igual, mas estou deixando o Velho Guerreiro me levar… Ele aparece e baixa em mim.

Você vai cantar em cena?
Vou ficar na zona de conforto, porque estou cercado por um pessoal muito talentoso, que dança e canta muito bem. Não preciso disso porque sou o apresentador desse programa, mas canto algumas coisas, como a marchinha de Carnaval Maria Sapatão e um trecho de Eu Não Sou Cachorro Não (Waldick Soriano). Está dando para enganar nessa parte.

Você disse que ia parar de beber e fumar para se preparar. Conseguiu?
Infelizmente não parei de beber nem de fumar, mas estou com mais consciência e, até a estreia, vou reduzir muita coisa porque tenho que estar bem de corpo e alma. Estou com a voz cansada e tenho que fazer de tudo para que ela esteja perfeita. O teatro é coisa de louco, de extrema disciplina. Vou acabar sendo consertado pelo teatro.

Ficou triste por não se reeleger como deputado?
Digo que o povo sabe o que faz. Fiquei triste pela quantidade de gente que torceu por mim. Acredito que as coisas têm um motivo. Ganhei três eleições e foram 10 anos de dedicação e está na hora de eu voltar mais feliz para o cinema, teatro e TV. Há males que vão para Belém. Aconteceu na hora certa. Estou com muitos convites para atuar e quem sabe mais tarde eu volte para os braços do povo.

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