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Após 10 anos da Lei do Saneamento, 64,8% dos domicílios do Amazonas não têm acesso à rede coletora de esgoto

O Estado do Amazonas ainda possui 64,8% de seus domicílios sem acesso à rede coletora de esgoto. É o que aponta o estudo da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES “Situação do Saneamento Básico no Brasil – uma análise com base na PNAD 2015”, sobre os serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e filtro de água no Brasil, em um comparativo 2014/2015. Todas as informações têm como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), anualmente. O levantamento da ABES será apresentado em Manaus no dia 15 de março, com palestra do presidente nacional da ABES,Roberval Tavares de Souza (veja abaixo), no Ciclo de Debates “Desafios do Saneamento Ambiental”, promovido pela Diretoria Nacional da ABES e pela ABES Seção Amazonas.

Em 2015, o IBGE estimou por meio da PNAD 68 milhões de domicílios particulares permanentes no Brasil, um acréscimo de 1,5% em relação a 2014, o que representa quase 1 milhão de novas residências. A Região Norte foi a que apresentou o maior crescimento em números relativos na quantidade de domicílios – foram 3,1% (156 mil novas residências).  O Amazonas teve um acréscimo de aproximadamente 8 mil domicílios, atingindo a marca de pouco mais de 1 milhão de pessoas.


Abastecimento de água

A Região Norte contou com um aumento de 3% nos domicílios abastecidos por rede geral, atingindo assim uma cobertura de 60,2%. Nesse indicador, o Estado do Amazonas passou de 72,9% para 74,1%, ocupando o 3º lugar em cobertura de água na região, após a incorporação de 18 mil domicílios ao atendimento por rede de abastecimento de água. No Brasil, a cobertura é de 85,4%.

Esgotamento sanitário por rede

A cobertura de esgoto da Região Norte é a mais baixa do país (22,6%), frente a uma média nacional de 65,3%. O Amazonas tem apenas 35,2% dos seus domicílios conectados à rede coletora, isso significa que mais de 2 milhões de pessoas não tem acesso ao serviço e permanecem esgotando via fossa séptica não conectada à rede, fossa rudimentar ou outros meios.

Coleta de lixo e filtros de água
Em 2015, o serviço de coleta de lixo no Estado apresentou um aumento relativo de 0,7%, mantendo a mesma cobertura de 2014 – 84,8%. Quanto aos filtros de água, mais de 240 mil domicílios utilizavam o equipamento em 2015. Na região Norte, são cerca de 1,5 milhão de residências fazendo uso.

“Apesar de sua irrefutável importância, infelizmente o saneamento é um dos segmentos mais atrasados da infraestrutura brasileira. Em uma escala de desenvolvimento e competitividade, o saneamento só ganha do segmento dos portos, perdendo para rodovias, ferrovias, aeroportos, energia e telecomunicações”, ressalta o presidente da ABES, “Roberval Tavares de Souza.

O engenheiro frisa que hoje, no país, há mais escolas públicas com acesso à internet do que com saneamento: 41%, contra 36%, respectivamente. “Não desmerecendo a relevância do acesso à internet, sobretudo nos dias hoje, o fato de termos mais da metade das escolas do país sem coleta de esgoto, um terço delas sem rede de água e um quarto sem coleta de lixo demonstra a inversão de prioridades por parte de nossos gestores, nos mostra como o saneamento vem sendo relegado nos últimos anos. O Brasil precisa urgentemente tornar o saneamento prioridade. Saneamento deve ser prioridade de Estado e não de governo”.

O relatório completo com os dados por Grandes Regiões e Unidades da Federação está disponível no site da ABES:http://abes-dn.org.br/?page_id=2525 .

Ciclo de Debates:  Desafios do Saneamento Ambiental

Realização: ABES – Diretoria Nacional e ABES-AM

Data: 15/03/2017, às 17h30
Local: Auditório do CREA-AM (Rua Costa Azevedo, 174 – Centro – Manaus)

Programação:

17h –     Recepção

17h30 –  Abertura e boas-vindas: Arlindo Sales Pinto, presidente da ABES-AM

18h –     Apresentação da ABES e palestra “Os desafios do Saneamento Ambiental no Brasil“, com Roberval Tavares de Souza, presidente nacional da ABES

  • Os 10 Anos da Lei de Saneamento
  • Saneamento na Região Norte e no Amazonas
  • Saneamento: público ou privado?

18h40 – Debate e perguntas
19h30 – Encerramento

Para participar, confirme presença por gentileza pelo email [email protected] ou pelos telefones 11 2936.6545 e 11 2737.6716, com Julie.

 

Sobre a ABES

Com 51 anos de atuação pelo saneamento e meio ambiente no Brasil, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – ABES reúne em seu corpo associativo cerca de 10.000 profissionais do setor. A ABES tem como missão ser propulsora de atividades técnico-científicas, político-institucionais e de gestão que contribuam para o desenvolvimento do saneamento ambiental, visando à melhoria da saúde, do meio ambiente e da qualidade de vida das pessoas.

 

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